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Governo mandou esconder prejuízos de 150 milhões de 2012 no BPN

02-10-2015 - Lusa

A empresa pública Parvalorem, responsável pelos activos tóxicos do ex-BPN, terá ocultado prejuízos do Banco da ordem dos 150 milhões de euros a pedido do governo.

De acordo com a Antena1, a Parvalorem “escondeu” uma parte dos prejuízos do Banco relativos a crédito mal parado após uma solicitação da actual ministra das Finanças.

Maria Luís Albuquerque era na altura Secretária do Tesouro, enquanto Vítor Gaspar liderava a pasta das Finanças.

Um pedido que tinha como propósito esconder o “buraco” financeiro do antigo BPN e assim não agravar as contas do défice de 2012.

As imparidades do ex-BPN foram assim reduzidas de 577 milhões de euros para 420 milhões.

A informação foi assumida pela administradora da Parvalorem, Paula Poças, que considerou que o governo solicitou à empresa “a melhor expectativa relativamente à informação” que havia naquele momento.

“Nós considerámos que não fazia sentido estar a agravar no momento as imparidades”, acrescenta Paula Poças.

Os 150 milhões de imparidades ficaram assim adiados para o exercício seguinte, o que, para a administradora da Parvalorem, é algo normal “numa cobrança difícil, como numa situação destas”.

A Antena 1 cita entretanto um documento enviado pela empresa pública à tutela onde se menciona o “trabalho cirúrgico” de redução do “buraco”.

Uma fonte não identificada que esteve envolvida na redacção do relatório e contas de 2012 da Parvalorem fala do processo como “uma martelada nas contas”.

“Eu nem questionei, as ordens vinham de cima para recalcular as imparidades de forma a baixar o valor. Actuamos dentro da margem que tínhamos”, constata esta fonte anónima à rádio pública.

A Antena 1 frisa ainda que, no dia em que a Parvalorem enviou as contas “maquilhadas”, Maria Luís Albuquerque enviou um agradecimento à empresa com a ressalva de que a redução poderia ser maior, mas admitindo que talvez “não fosse possível melhor”.

Governo rejeita qualquer manipulação ou ocultação de contas

O Ministério das Finanças explicou entretanto num comunicado que “o registo contabilístico de imparidades é função de estimativas de perdas futuras em créditos existentes”, acrescentando que “as imparidades são avaliadas e validadas pelos auditores das empresas de acordo com os critérios definidos para o efeito e adequadamente reflectidas nas contas”.

“Qualquer materialização ou não dessas perdas é sempre registada nas contas da Parvalorem no momento em que se verificam, com o correspondente impacto nas contas públicas, pelo que não há qualquer manipulação ou ocultação de contas”, declarou o Governo.

Lusa

 

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