Portugal quer estar na primeira linha da ajuda aos refugiados, diz Marques Guedes
11-09-2015 - RR
As misericórdias dizem-se preparadas para acolher uma parte significativa dos refugiados que venham para Portugal e afirmam que a questão financeira não é preocupação porque “dinheiro sempre se arranja”.
O ministro da Presidência disse esta quinta-feira que “Portugal quer estar na primeira linha” do auxílio humanitário aos refugiados, adiantando que o Governo já está a trabalhar com as instituições públicas e associações da sociedade civil para preparar o acolhimento.
“O Governo desenvolveu ao longo dos últimos dias, desde a semana passada, contactos e reuniões de trabalho com as autarquias, associações da sociedade civil, instituições de solidariedade social e instituições religiosas também ligadas ao apoio e ao acolhimento social, no sentido de promover todas as sinergias nacionais para preparar o acolhimento dos refugiados, numa acção de solidariedade e auxílio humanitário em que Portugal quer estar na primeira linha”, afirmou o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes.
O governante, que falava na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros, recordou ainda que já está agendada para segunda-feira uma reunião europeia para se abordar em conjunto com a comissão "a resposta europeia a dar ao problema dos refugiados".
“Portugal obviamente que acompanhará, com o máximo de solidariedade aquela que vier a ser a decisão das instituições europeias e estamos já a trabalhar a nível nacional, quer com as autoridades públicas, quer com as autarquias e a sociedade civil no sentido de preparar o melhor possível os mecanismos de acolhimento para esses refugiados”, acrescentou.
Segundo anunciou na quarta-feira o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, Portugal vai receber 3.074 refugiados, segundo a recolocação de mais 120 mil pessoas por todos os Estados-membros.
Segundo os números divulgados, Portugal vai acolher 400 refugiados que se encontram actualmente em Itália, mais 1.291 que estão na Grécia e 1.383 que chegaram à Hungria.
Misericórdias preparadas para receber refugiados
Em Portugal, as misericórdias estão prontas para acolher grande parte dos refugiados que vão chegar a Portugal.
Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, diz que está agora a ser feito o levantamento das capacidades de cada instituição, mas a disponibilidade é total e neste caso, o dinheiro é o que menos interessa.
“A questão financeira, devo dizer que não foi objecto da minha preocupação. Pusemos as pessoas à frente do dinheiro. Veremos como isso se faz, o dinheiro sempre se arranja”, diz Manuel Lemos.
O dirigente não se compromete com números mas deixa claro que as misericórdias querem desempenhar um papel decisivo neste processo. “A meio da próxima semana teremos números, mas com certeza vamos contribuir decisivamente para acolher aquele número que vi ontem na comunicação social, de que seriam cerca de cinco mil. Diria que estaremos em condições para acolher uma boa parte dessas famílias que os governos e a União Europeia entendam enviar para Portugal”, reafirma.
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