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Imagem de Criança Síria morta na praia torna-se símbolo do drama dos refugiados

04-09-2015 - ZAP / Move / Lusa

As imagens do corpo do menino Aylan Kurdi morto sobre a areia de uma praia na Turquia percorreram o mundo inteiro.

Aylan Kurdi, o menino curdo de três anos, viajava com a família, à qual tinha sido recusado o pedido de asilo ao Canadá. Apenas o pai se salvou do naufrágio. Tal como ele, 2.600 pessoas morreram em 2015 a tentar atravessar o Mediterrâneo em direção à Europa.

Nas redes sociais, as reações horrorizadas à imagem da criança morta estão a ser publicadas com a hashtag #KiyiyaVuranInsanlik – “o naufrágio da Humanidade“.

O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, salientou, em entrevista à CNN esta quarta-feira, que a crise dos migrantes requer uma resposta coerente e que só a Europa a pode fornecer, com base na solidariedade.

“Eu reagi com uma terrível frustração“, disse António Guterres quando questionado pela jornalista da estação de televisão norte-americana sobre o que sentiu quando viu a imagem da criança morta que deu à costa numa praia da Turquia.

O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados sublinhou que há muito tempo que se anda a falar nas questões legais que envolvem a mobilidade e a livre circulação de pessoas.

“Precisamos de avenidas legais para ir para a Europa, para ir para o Golfo, onde eu estou agora, e para outros locais de forma a permitir que haja mais reinstalações, mais oportunidades de admissão de refugiados por motivos humanitários, reforçar os programas de unificação justos e flexibilizar as políticas de vistos”, disse na entrevista à CNN.

“Estas pessoas são forçadas a irem de barco, pagam quatro ou cinco mil euros, e morrem nestas circunstâncias desesperadas. Isto não faz sentido”, afirmou.

António Guterres disse que a atual crise dos migrantes requer “uma resposta coerente”.

“Precisamos de dar uma resposta coerente a esta situação e, na minha opinião, apenas a Europa como um todo, baseada na solidariedade, pode dar essa resposta. Nenhum país isolado o vai conseguir fazer”, acrescentou.

A 26 de agosto, António Guterres tinha em conjunto com o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, apelado à criação urgente de centros de acolhimento e de triagem face ao fluxo de migrantes e refugiados na Europa.

Desde o início do ano, 293.000 migrantes e refugiados tentaram chegar à Europa através do Mediterrâneo e 2.440 faleceram durante o percurso, segundo os números anunciados no final de agosto por Guterres.

“Temos de acelerar e intensificar as decisões tomadas pelo Conselho Europeu relativo à Agenda para as Migrações. Há questões essenciais como a receção, o registo, os ‘hotspots’ [centros de acolhimento e de triagem], a relocalização e a reinstalação”, disse então Guterres depois de uma reunião com o governante francês em Genebra, de acordo com a agência de notícias francesa.

Guterres deixou também um apelo à comunidade internacional para mostrar uma maior generosidade para com os refugiados sírios, salientando que o apelo feito pela ONU para um financiamento para o efeito obteve contribuições de apenas 41%, até ao momento, do montante total solicitado.

Com o drama dos refugiados cada vez mais visível, a onda de solidariedade também tem crescido, surgindo iniciativas como o site alemão Flüchtlinge Willkommen – em português, “Refugiados Bem-Vindos” – que junta ofertas de alojamento de particulares.

Para já, são mais de 780 os alemães inscritos neste portal online que já ajudou pessoas de países como Síria, Somália, Burkina Faso, Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Os criadores da ideia estão já a pensar levá-la a outros países da Europa.

 

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