Coligação opositora síria pede ajuda para os refugiados para evitar mais tragédias
04-09-2015 - Lusa
O principal grupo da oposição síria, a Coligação Nacional Síria (CNFROS), pediu hoje à comunidade internacional para ajudar os refugiados sírios, nomeadamente permitindo-lhes a passagem nas fronteiras e dando-lhes um abrigo temporário seguro.
Num comunicado, a vice-presidente da CNFROS, Nagham al Ghaderi, convidou a "todos os povos do mundo" a pressionarem "aqueles que tomam decisões" para adotarem medidas face à atual crise migratória, maioritariamente protagonizada por sírios que querem fugir da guerra civil que afeta aquele país há mais de quatro anos.
"A fotografia de Aylan, o menino sírio cujo corpo foi arrastado até às costas turcas, é uma clara evidência da gravidade do sofrimento a que as crianças sírias são submetidas devido ao terrorismo do regime [do Presidente sírio Bashar] al-Assad", assegurou Nagham al Ghaderi.
A vice-presidente da coligação opositora fazia referência à imagem da criança síria Aylan Kurdi, de três anos, cujo corpo deu à costa na praia turca de Bodrum (sudoeste), após o naufrágio de uma pequena embarcação com refugiados.
A imagem da criança tornou-se viral no mundo inteiro, transformando-se num símbolo da tragédia dos refugiados sírios que tentam alcançar a Europa.
"As bombas de barril e os gases tóxicos forçam [as crianças] e as suas famílias a embarcarem numa perigosa viagem por mar", destacou a opositora síria.
Nesse sentido, a vice-presidente da CNFROS pediu aos países do Médio Oriente e às outras nações de acolhimento para ajudarem os refugiados sírios, procurando "uma solução urgente e imediata" que acabe com a violência na Síria.
A representante também salientou que "o povo sírio sempre foi hospitaleiro e que já recebeu refugiados de todos os países da região, incluindo palestinianos, iraquianos, libaneses (...) e partilhou com eles comida e casas".
Desde março de 2011, a Síria é cenário de um conflito civil que provocou mais de 240 mil mortos, segundo ativistas, e obrigou milhões de pessoas a abandonarem o país.
Diversos grupos opositores lutam contra o regime de Bashar al-Assad na Síria, país que também enfrenta uma ofensiva do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que em junho de 2014 proclamou um "califado" nos vastos territórios que já controla no território sírio e no Iraque.
Lusa
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