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"Nem Grécia nem Portugal têm hipóteses de ficar no euro"

24-07-2015 - Económico

Economista João Ferreira do Amaral defende que a Europa está a cometer um grande erro na gestão da crise e acredita que Portugal será a próxima vítima.

João Ferreira do Amaral diz que "a Grécia não tem condições para estar [no euro] e a seguir seremos nós". No programa "Olhos nos Olhos" da TVI24, o economista considera que nenhum dos países tem condições para permanecer na moeda única e explica porque é que Portugal pode ser o próximo a estar no "olho do furacão".

"Quando também se verificar que nós manifestamente também não temos condições nomeadamente para cumprir o pacto orçamental e que não temos condições até de sustentabilidade demográfica do país", explica o responsável.

Ferreira do Amaral aponta ainda dois ingredientes explosivos para o caminhar para o abismo: "Para além de estarmos a perder a sustentabilidade demográfica, aparentemente somos o país com maior taxa de imigração, a seguir a Malta, e como já temos uma população muito envelhecida isso vai além de tudo mais contribuir fortemente para um envelhecimento mais rápido da população. E depois não é só a questão da segurança social, é toda a sociedade que começa a ter disfunções graves", explica.

O economista defende que estão a ser cometidos "erros gravíssimos na gestão da crise", tais como fazer um pacote juntando as duas coisas, pelo menos para Portugal e Grécia. E ao misturar as duas coisas criou-se uma mistura explosiva que acaba por desorganizar completamente a economia e tornar muito mais dificil a consolidação orçamental. Se a consolidação orçamental tivesse sido a prioridade penso que seria perfeitamente possível ter-se um programa de 5, 6 anos de redução do défice, sem nenhuma perturbação grave da economia, reduzindo-o paulatinamente e gradualmente".

Ferreira do Amaral conclui pintando um cenário negro: "ao misturar a desvalorizaçao interna torna-se praticamente impossível fazer isso porque automaticamente os rendimentos descem, a procura interna desce, a produção desce, obviamente aumenta o desemprego, aumentam as despesas do desemprego, reduzem-se os impostos e as contribuições para a segurança social e está o caldo entornado".

 

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