Primeiro-ministro sérvio chocado com decisão da Hungria de fechar fronteira
19-06-2015 - Lusa
O primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, declarou hoje ter ficado "surpreendido e chocado" com a decisão da Hungria de fechar a fronteira com a Sérvia devido ao fluxo de migrantes clandestinos.
"Estou surpreendido e chocado, vamos falar sobre esta decisão com os nossos colegas húngaros", declarou Vucic, que falava à televisão estatal RTS a partir de Oslo, onde realiza uma visita oficial.
"A solução não é erguer muros. A Sérvia não pode ser responsabilizada pela situação criada pelos migrantes, não somos um país de trânsito. Será a Sérvia responsável pela crise na Síria?", perguntou.
O primeiro-ministro questionou também se o seu país devia "construir muros (nas fronteiras) com a Macedónia e a Bulgária", nações vizinhas de onde chegam à Sérvia clandestinos que pretendem ir para os países ocidentais da UE.
"A Sérvia não construirá muros, não se vai isolar, não compreendo esta decisão e quero falar com os nossos parceiros da UE", disse.
Vucic indicou que migrantes entraram na Sérvia oriundos "de países da UE", numa referência à Grécia e à Bulgária.
"Damos ajuda, alimentos, mas estas pessoas não querem ficar na Sérvia, estão de passagem", insistiu.
O Governo húngaro decidiu hoje "fechar fisicamente" a fronteira com a Sérvia, mas tem previsto construir uma cerca de quatro metros de altura ao longo dos 175 quilómetros de fronteira entre os dois países.
Desde o início chegaram à Hungria 54 mil refugiados, o que faz deste o segundo país da UE, depois da Suécia, que mais refugiados acolhe relativamente à sua populção. Em 2012, o número era de dois mil refugiados.
De acordo com o Governo húngaro, 95% entram pela fronteira com a Sérvia, que não é membro da UE. Cerca de 75% dos refugiados que entram na Hungria são oriundos da Síria, do Iraque e do Afeganistão.
Em janeiro e fevereiro deste ano, a Hungria recebeu também milhares de cidadãos do Kosovo, que abandonam o seu país devido à situação económica.
Lusa
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