Governo considera venda da TAP "um sucesso"
12-06-2015 - Filipe d’Avillez
Executivo diz que TAP valia até 500 milhões negativos, mas a venda pode render até perto de 500 milhões de euros positivos. David Neeleman, que se aliou ao português Humberto Pedrosa, ficará com 61% da companhia.
O Governo considera que a venda da TAP por 354 milhões, mas que pode chegar aos 488 milhões, em função da performance ao longo do ano, foi "sob todos os pontos de vista, um sucesso".
O Executivo decidiu esta quinta-feira vender o grupo TAP ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano e brasileiro David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa, rejeitando pela segunda vez a proposta de Germán Efromovich.
Numa conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, esta quinta-feira, o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional explicou que a decisão foi tomada com base no "maior mérito" da proposta de David Neeleman, bem como o reforço financeiro que isso representa e o projecto estratégico e as perspectivas de compra e venda.
A secretária de Estado do Tesouro disse que o valor do negócio é de, no mínimo, 354 milhões de euros, mas que este pode chegar a 488 milhões, sublinhando que a dívida actual da companhia mantém-se no seu balanço. O valor da transação é "medido pela capitalização, pelo preço pago por ações e pela opção de compra e venda", sendo que "não é possível antecipar nesta fase o valor recebido daqui a dois anos" pelo Estado com a privatização da TAP, explicou Isabel Castelo Branco.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, chamou a atenção dos jornalistas para o facto de nas avaliações feitas à empresa antes da privatização os valores terem sido todos negativos. A empresa na situação em que está valeria entre -274 milhões de euros e -512 milhões de euros, mas mesmo após uma recapitalização, valeria entre -36 milhões e -140 milhões.
Em resposta a perguntas dos jornalistas, Sérgio Monteiro explicou ainda que a proposta do grupo Gateway, chefiado por Neeleman, com a participação da empresa portuguesa Barraqueiro, é o que "apresenta mais dinheiro, mais cedo", o que foi considerado fundamental para fazer frente às dificuldades da empresa.
Ainda segundo Sérgio Monteiro, a proposta aceite pelo Estado garante as ligações-chave da TAP por um mínimo de dez anos e a manutenção do "hub" em Portugal, o "maior atractivo", por pelo menos 30 anos.
Fonte: RR
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