China "com grande apetência para investir em Portugal"

08-05-2015 - Lusa

O fundo soberano chinês, China Investment Corporation (CIC), com ativos de mais de 600.000 milhões de dólares, "está com apetência para investir em Portugal", disse hoje o secretário de Estado português da Economia, Leonardo Mathias.

"Eles conhecem muito bem a nossa realidade económica e os investimentos chineses já feitos em Portugal", afirmou Leonardo Mathias à agência Lusa em Pequim, após uma reunião com um vice-presidente da CIC, Xie Ping, e outros responsáveis daquela instituição financeira.

Criado há oito anos para gerir parte das reservas cambiais chinesas (as maiores do mundo, estimadas atualmente em 3,8 biliões de dólares), a CIC tem comprado participações em empresas de vários continentes, desde o aeroporto Heathrow, em Londres, ao grupo mineiro sul-africano Shanduka.

"Um montante significativo do seu capital é para investir nos mercados europeus e também em Portugal", indicou Leonardo Mathias, sem precisar a dimensão do referido montante.

A compra de dívida pública portuguesa está por ora excluída dos planos da CIC, mas em relação a outras áreas, nomeadamente imobiliário, infraestruturas e transportes, "há grande apetência", indicou o governante português.

"Eles estão a olhar para Portugal e consideram o nosso país atrativo, com taxas de valorização muito interessantes", acrescentou.

Leonardo Mathias salientou, contudo, que a CIC "prefere investir em parceria".

"O que demora mais tempo é encontrar o parceiro de confiança. Depois, a capacidade de investimento é bastante interessante", disse.

Leonardo Mathias iniciou na terça-feira uma visita de oito dias à China destinada a "reforçar a cooperação económica" bilateral e cujo programa inclui deslocações a Macau e Hong Kong.

"Este Governo tem feito um esforço incansável para procurar sensibilizar os grandes investidores institucionais para as oportunidades de investimento em Portugal e foi nesse contexto que visitei hoje a China Investment Corporation", afirmou.

A CIC foi criada em 2008 sob a presidência do atual ministro chinês das Finanças, Lou Jiwei.

AC // CSJ

Lusa

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