PS diz que eliminar sobretaxa de IRS vai gerar 15 mil empregos
01-05-2015 - JN
Os economistas socialistas defenderam esta quinta-feira que a dinâmica económica gerada pela redução da taxa social única (TSU) para os trabalhadores vai implicar "melhores pensões" e que a eliminação da sobretaxa de IRS vai criar 15 mil empregos.
"O impacto positivo sobre o consumo e sobre a atividade económica desta medida permite criar cerca de 15 mil postos de trabalho a partir de 2018, beneficiando a receita de contribuições sociais em cerca de 75 milhões de euros e mitigando o impacto desta medidas sobre a receita de impostos diretos em cerca de 90 milhões de euros" - explica o PS.
"Adicionalmente, a criação de emprego reduz o número de desempregados e, por esta via, a despesa com o pagamento de subsídios de desemprego em cerca de 50 milhões de euros a partir de 2018", lê-se ainda no documento.
A 21 de abril, um grupo de trabalho mandatado pelo PS apresentou o relatório 'Uma década para Portugal', que inclui um cenário macroeconómico até 2019 e uma série de medidas a adotar até esse horizonte temporal.
Entre as medidas sugeridas pelo grupo de trabalho liderado por Mário Centeno estava a redução da contribuição para a Segurança Social paga pelo trabalhador de forma gradual até 2018, passando a TSU dos atuais 11% para os 7% em 2018, e a eliminação gradual da sobretaxa de IRS, conduzindo à sua extinção em 2017.
Na segunda-feira, o porta-voz e vice-presidente do PSD, Marco António Costa, enviou uma carta ao PS com perguntas sobre o cenário macroeconómico apresentado pelos socialistas, nomeadamente sobre o sistema de pensões ou o custo orçamental das medidas, insistindo numa análise por organismos independentes.
A resposta do PS chegou esta quinta-feira num documento de 23 páginas, que inclui modelos matemáticos, e onde o grupo de economistas, liderado por Mário Centeno, agradece ao PSD a possibilidade que o conjunto de perguntas oferece de detalhar o cenário apresentado na semana passada.
"Resta referir que, dada a natureza inédita e o desejo de assegurar a verificabilidade e de sujeitar a contraditório esta simulação, nos encontramos ao dispor, num pleno exercício de cidadania, para prestar todos os esclarecimentos que os portugueses considerem necessários", referem.
Marco António Costa insistiu na sugestão colocada já pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, no Parlamento, propondo que o PS submeta o cenário macroeconómico "desde logo à Unidade Técnica de Apoio Orçamental, mas também eventualmente ao Conselho de Finanças Públicas".
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