Partidos ponderam saída para renúncia de Silva Peneda
16-01-2015 - N.A.
Nem a bancada do PS nem o grupo parlamentar do PSD quiseram na quinta-feira assumir uma posição sobre a sucessão de Silva Peneda no Conselho Económico e Social (CES).
A questão surgiu na agenda política na passada quarta-feira depois de o secretário-geral da UGT ter defendido o nome do seu antecessor João Proença para o cargo. Mas apesar de o líder do PS ter considerado a proposta interessante, as reacções no Parlamento onde a indigita o votada foram cautelosas.
Contactado o PSD que optou por manter o silêncio. Da parte do PS, o deputado Nuno Santos, responsável pela área do Trabalho, afirmou não haver muito a adiantar ao que António Costa havia afirmado.
A realidade é que os dois principais partidos com assento parlamentar não tomaram ainda uma decisão sobre o que fazer perante a renúncia de Silva Peneda. Ainda que os Estatutos do CES não prevejam uma situação como a que actualmente se verifica.
Nos corredores de São Bento é reconhecido que ainda se está a pesar qual de duas saídas se devem assumir. Por um lado, existe a possibilidade de o vice-presidente da CES e presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, assumir o cargo interinamente até Outubro e assim esperar por um novo Parlamento para designar um novo presidente. Por outro lado, pondera-se o cenário de avançar com uma alteração lei de forma a permitir mais rapidamente uma eleição.
Entretanto, José Silva Peneda, actual presidente do Conselho Económico e Social (CES), não faz comentários sobre o nome de João Proença, lembrando que cabe à Assembleia da Republica eleger, por maioria de dois terços, o presidente daquele órgão.
Silva Peneda prepara-se para resignar ao cargo que ocupa desde 2011 para assessorar o novo presidente da Comissão Europeia na área dos Assuntos Sociais. O antigo ministro do trabalho do PSD e ex-eurodeputado vai integrar o Centro Europeu de Estratégia Política, um think-tank criado por Jean-Claude Juncker.
A decisão está tomada, falta concretizá-la, disse ao Público o ainda presidente do CES, lembrando que a 20 de Janeiro irá reunir-se em Bruxelas para acertar datas e outros pormenores relacionados com o novo cargo.
Contudo, adianta, s deixar o CES quando estiver garantido que alguém o substitui, seja em regime interino seja antecipando a eleição de um novo presidente, uma responsabilidade da Assembleia da República.
Para já não é claro se a lei que cria o CES (108/91) estabelece os procedimentos a seguir em caso de renúncia. A eventualidade não está prevista, mas um artigo desse diploma prevê que o presidente substituído, nas suas faltas ou impedimentos, por um vice-presidente, em sistema de rota o quadrimestral.
Foi o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, quem sugeriu esta quarta-feira ao l der socialista, António Costa, o nome de João Proença para substituir o antigo ministro Silva Peneda numa reuni o com o actual líder do PS. Quando o Dr. Silva Peneda abandonar as suas funções de presidente do CES para desempenhar o lugar de adjunto do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, coloca-se a questão da indicação do sucessor. E há um compromisso entre o PS, o PSD e o CDS que cabe agora ao PS a indicação de um nome para presidente da CES, assim justificou o líder da UGT a sugestão que deixara ao líder socialista. Costa considerou a hipótese como muito positiva: É uma sugestão o interessante, que merece uma apreciação positiva. Mas, como se sabe, a eleição do presidente CES está sujeita a um mandato e uma discussão o parlamentar, avisou.
Contudo, o nome de Proença não consensual. Após um encontro entre o secretário-geral da CGTP-IN e o líder do PS, Arménio Carlos opõe-se à indicação de João Proença para a presidência do CES. Não é a pessoa mais indicada para assumir uma responsabilidade dessa natureza, sobretudo pelo percurso e pelos compromissos que já assumiu anteriormente, declarou Arménio Carlos, depois de confrontado com o nome do ex-líder da UGT João Proença. Para o secretário-geral da CGTP-IN, João Proença lesou os trabalhadores face aos contractos e acordos que assinou.
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