Portugal volta a destruir emprego
09-01-2015 - N.A.
Notícia o Diário Económico, que em apenas três meses foram eliminados 28 mil postos de trabalho, com base em dados divulgados pelo INE.
Apesar da saída da recessão, o mercado de trabalho voltou a destruir emprego. Em apenas três meses foram eliminados 28 mil postos de trabalho, mostram dados do INE.
Portugal tem vindo a destacar-se como um dos países europeus com uma melhoria mais significativa no mercado de trabalho, mas os economistas já tinham alertado para a insustentabilidade do ritmo da recuperação. É que a actividade económica continua frágil e com um crescimento muito aquém dos 2% - o patamar que historicamente tem sido necessário para criar empregos sustentáveis. O Governo estima que em 2014 o PIB tenha crescido em torno de 1%.
Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje revelados ilustram agora esta realidade. Quando os dados mensais foram publicados pela primeira vez, a 27 de Novembro, o INE apontava para uma ligeira subida da taxa de desemprego e para uma estabilização do número de empregados em Outubro. Ou seja, sugeria que a economia não estava a diminuir a capacidade de empregar mas sim a afrouxar a criação de mais postos de trabalho. Contudo, o INE reviu hoje os dados e revela uma realidade mais preocupante até Novembro: a população empregada está a cair desde Setembro e, ao mesmo tempo, o número de desempregados sobe desde Outubro. Em dois meses, chegaram mais 29,5 mil pessoas às fileiras do desemprego.
Os dados contrastam com o desemprego registado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que aponta para uma descida do número de inscritos. Porém, o IEFP apenas dá conta das pessoas que se inscrevem nos centros de emprego, o que não abarca o total de trabalhadores à procura de colocação.
Os jovens voltam a ser o grupo mais afectado por esta inversão: a taxa de desemprego subiu 1,2 pontos percentuais em Novembro para 34,5% e a taxa de emprego caiu para 22,2%.
Margarida Peixoto e Cristina da Silva
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