Suspeita de burla em negócio entre PT e RioForte
09-01-2015 - N.A.
De acordo com a notícia do Observador.pt, elementos da Polícia Judiciária estiveram nas instalações da PT por causa de negócio da RioForte. O Ministério Público suspeita de burla qualificada.
Elementos da Polícia Judiciária fizeram esta terça-feira buscas nas sedes da Portugal Telecom (PT), em Picoas, Lisboa, e da consultora PriceWaterhouseCoopers (PwC). Em causa, ao que o Observador apurou, está o investimento feito na RioForte, a holding do Grupo Espírito Santo, onde a PT investiu 897 milhões de euros em papel comercial.
A Procuradoria-Geral da República emitiu, entretanto, um comunicado a confirmar que foram realizadas buscas “designadamente na PT SGPS, no âmbito de um inquérito ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal”.
“Neste inquérito estão em causa suspeitas de participação económica em negócio e burla qualificada, investigando-se aplicações financeiras realizadas pela empresa”, refere o Ministério Público em comunicado.
Mais tarde o Ministério Público confirmou à agência Lusa a informação avançada pela SIC: as buscas também decorreram nas instalações da PwC.
“Em resposta à agência Lusa, a PGR confirma a realização de buscas na PricewaterhouseCoopers [PwC], estando a empresa colaborar com as investigações nos termos da lei”, disse fonte da PGR.
O Observador diz saber que em causa estão os 897 milhões de euros em papel comercial do Grupo Espírito Santo que a PT comprou em Abril, uma aplicação que viria a não ser reembolsada no vencimento, em Julho, o que levaria à revisão das condições da fusão entre a Portugal Telecom e a brasileira Oi.
Já terá sido concluída a auditoria feita pela consultora PwC a este investimento, mas esta ainda não foi entregue à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Segundo o Expresso de sábado, dia 3 de Janeiro, a auditoria contém acusações graves a ex-administradores da Portugal Telecom. A auditoria abarca todos os investimentos feitos pela operadora de telecomunicações nas empresas do Grupo Espírito Santo desde o ano de 2000.
O inquérito aberto pelo Ministério Público e que levou às buscas feitas por inspectores da PJ, conta com a colaboração da Autoridade Tributária e da CMVM.
No dia 12 de Janeiro será realizada uma assembleia-geral de accionistas em que será votada a venda da PT Portugal aos franceses da Altice, acordada entre a empresa francesa e o conselho de administração da Oi. A poucos dias desta assembleia-geral, o regulador do mercado já pediu por escrito e pessoalmente à PT SGPS, liderada por João Mello Franco, que lhe fosse entregue a versão final do documento, escreveu o Expresso no sábado. Segundo o jornal, é a PT SGPS que está a atrasar a publicação do documento, até porque a versão final já foi apresentada numa reunião do conselho de administração (da PT SGPS) de 27 de Novembro.
Há pouco mais de um mês a PJ fez outra busca nas instalações da PwC. As buscas, tal como o Observador então noticiou, foram feitas no âmbito de um processo-crime relacionado com a gestão do BES.
Fonte: OBSERVADOR.pt
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