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“Arrogância” e “chantagem”. Oito momentos que marcaram o debate do programa do Governo

12-04-2024 - João Carlos Malta

Relembre os episódios mais marcantes da discussão do programa do Governo. Montenegro tentou prender a oposição ao fim da legislatura. PS e Chega falam de arrogância e de chantagem.

O primeiro round da discussão do programa de Governo terminou, mas para esta quinta-feira está já marcado a segunda parte. O debate desta manhã marcou a estreia do primeiro-ministro, Luís Montenegro, no Parlamento.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e Luís Montenegro trocaram mimos sobre quem é que é arrogante, e Ventura tentou desarmadilhar a alegada chantagem da AD.

“Não bloquear” e sem “portugueses de bem e portugueses de mal”

Luís Montenegro, novo primeiro-ministro, pediu ao PS para "não bloquear o Governo" e afasta o Chega ao dizer que não vai aceitar o " discurso de ódio e radicalização". “Não queremos um cheque em branco, mas também não queremos um cheque sem cobertura”, disse.

Montenegro diz que viabilizar o programa do Governo significa deixar o executivo ir até ao fim da legislatura.

Também atirou ao Chega ao contrariar um dos seus maiores slogans: " Para nós não há portugueses do bem e portugueses do mal".

Quem é que é arrogante?

O secretário-geral do PS. Pedro Nuno Santos, acusou Luís Montenegro de " arrogância", na forma como se dirigiu aos socialistas na abertura da discussão do programa de Governo.

Começa mal ", disse o líder socialista. Pedro Nuno acusa Montenegro de ter "mudado de posição” sobre as votações de orçamentos. Lembrou que o PSD “chumbou nove orçamento, chumbou o de 2021 [na pandemia] e na campanha interna do PSD dirigia-se ao anterior presidente por não dizer logo que votava contra o Orçamento sem o conhecer”.

“ Mudou a visão sobre a estabilidade política”, sintetizou.

Mais tarde, na resposta o primeiro-ministro quis clarificar o conceito de arrogância. "Não queria discutir o conceito de arrogância", começou por dizer Luís Montenegro. O líder do Governo disse que quem governou 22 dos 28 anos foi o PS e fê-lo nos últimos oito anos.

"Agora querem que em 60 dias se decida o que não decidiu em 3050. Temos um conceito diferente de arrogância", concretizou.

Ventura acusa Montenegro de “chantagem”

André Ventura, líder do Chega acusou o líder do Governo de tentar "chantagear o Parlamento". Durante a apresentação do programa de governo, Ventura deixou um aviso.

"Olhos nos olhos, coração com coração, digo-lhe:  vai correr mal senhor primeiro-ministro", atira o presidente do Chega.

Ventura diz que as forças que “poderiam construir uma maioria” vão permitir ao Governo iniciar, mas diz que Montenegro parece apostado em tudo para querer derrubar tudo de qualquer maneira o mais rápido possível”.

“Se quiser resolver isto hoje, resolvemos já hoje ou amanhã”, ameaçou. “Chantagem é coisa que a Assembleia da República não deve ter”, diz de seguida o líder do Chega. “Vai correr mal”, diz ainda sobre Montenegro não dialogar com ninguém.

Retificativo? Talvez não

Sobre o orçamento retificativo referido por André Ventura, Luís Montenegro afasta a intenção ao dizer que “se não houver necessidade não haverá retificativo”.

“Mais importante é haver decisões para resolver problemas das pessoas”, sublinhou.

Pagar em 30 dias e exame do 9.º ano em papel

Luís Montenegro quer que o Estado  pague aos seus fornecedores em 30 dias.

Montenegro aproveitou a ocasião para desfazer a polémica que gira em torno dos exames do 9.º ano, anunciando que as provas vão realizar-se em papel para evitar que os problemas informáticos criem desigualdades entre os alunos.

O calendário das medidas do Governo

O primeiro-ministro critico os que acusam “o Governo de não apresentar calendário para a descida do IRS é injustificado”.

Disse que o calendário “é para já”, a “d escida do IRS é para já”, “para ser aprovada já”, repetiu. E acrescentou que espera que “o Parlamento possa ser rápido e anuir à proposta de lei que Governo enviará na próxima semana”.

Em relação às forças de segurança garantiu que a primeira reunião “ será amanhã à tarde no Ministério da Administração Interna.”

Montenegro explica que o Governo pretende dar início ao processo complexo de “valorizar as carreiras e espalhar a todos os setores de atividade”.

“Não adiámos nenhuma meta do ponto de vista das alterações climáticas, pelo contrário”, assegura o primeiro-ministro, que diz estar empenhado em “poder cumprir”, mas “com equilíbrio”.

BE faz tiro ao alvo à EDP

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusou o Governo da Aliança Democrática de querer dar  borlas fiscais às grandes empresas e faz disso a grande arma de arremesso contra o programa de governo.

A líder bloquista pegou no tema da EDP, empresa onde os trabalhadores estão em protesto por melhores salários, para acusar o executivo de Montenegro de querer beneficiar fiscalmente a empresa de energia, abrindo uma "happy hour das grandes empresas".

Mortágua acredita que este é "um governo para a elite económica" e questiona se "há um compromisso também para o aumento do salário mínimo". A líder do BE afirma que a EDP vai receber uma "lembrancinha de 250 milhões de euros deste governo".

Rocha fala de desilusão

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, afirma que o programa do Governo “é melhor” do que os que foram apresentados pelo PS, mas que há áreas em que fica “ aquém do necessário ”, no arranque, esta quinta-feira, da discussão do programa do Governo no Parlamento.

Rocha disse mesmo que o programa é uma “ desilusão”, nomeadamente o “crescimento económico”. Na questão salarial, a IL considera que 1.750 euros de salário médio em 2030, fará com que pouco se recupere em termos de capacidade de compra neste período.

Em relação às metas que a AD tinha no programa e avisa que “ não é com este programa que vão cumprir a meta para 2025 e 2026”. Já em relação à descida de impostos considera que este Governo devia ter uma descida de impostos “mais ambiciosa”.

Fonte: Rádio Renascença

 

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