Orçamento retificativo: "Se fosse Montenegro, não chamava o PS para aparecer na fotografia"
29-03-2024 - TSF
No programa O Princípio da Incerteza, António Lobo Xavier considera que Pedro Nuno Santos está disponível para votar o que for preciso num orçamento rectificativo" por causa dos interesses políticos".
A possibilidade de um orçamento rectificativo esteve em debate este domingo no programa O Princípio da Incerteza, da TSF e CNN Portugal. Se para os comentadores Lobo Xavier e Pacheco Pereira, não passa de uma “táctica política”, para Alexandra Leitão o PS tem todo o direito de pensar em formas diferentes de investir as almofadas orçamentais.
“Acho possível que um orçamento tenha margem de manobra para que não seja precisa uma lei de alteração”, considera o antigo dirigente do CDS António Lobo Xavier, sublinhando que do ponto de vista político “esses cenários interessam mais“.
Porque é que Pedro Nuno Santos se apresenta pressuroso a dizer que está disponível para votar o que for preciso num orçamento retificativo? Por causa dos interesses e tática política”, atira.
Lobo Xavier não tem dúvidas que na posição do líder da AD, Luís Montenegro, “não chamava o PS para aparecer na fotografia”.
Por outro lado, José Pacheco Pereira afirma que “a maioria dos compromissos eleitorais tomados nestas eleições são altamente irresponsáveis” e admite que aquilo que vimos de todas as forças políticas foi um exercício de “demagogia”.
"A equiparação daquilo foi dado à polícia judiciária aos polícias seria um desastre orçamental e todos nós sabemos, porque a dimensão de uns e outros são diferentes, mas podia haver medidas aproximativas. O mesmo com os professores”, defende.
Já a socialista Alexandra Leitão discorda do que foi dito e afirma que “um secretário-geral ou um presidente de qualquer partido, quando é eleito, não tem que seguir exactamente sob pena de termos uma continuidade”.
Em segundo lugar, aponta, “isto não é demagogia”: “Isto que está aqui está acomodado num cenário macroeconómico, até conservador, que consta no programa eleitoral do PS.”
“Coisa diferente é saber se é possível fazer isso tudo e ainda descer 4,5 mil milhões de impostos. Mas isso é um problema do PSD, porque Isso foi a AD que propôs no programa eleitoral”, conclui, insistindo que excedente orçamental obtido pelo Governo socialista e este domingo revelado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) permite acomodar as reivindicações dos trabalhadores do Estado.
O INE divulgou o maior excedente orçamental registado no Portugal democrático e que superará a conquista do antigo ministro das Finanças Mário Centeno quando em 2019 alcançou o primeiro saldo positivo desde 1974.
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