“Saudosismo autoritário”. Associação de militares arrasa Gouveia e Melo e Ministra da Defesa
01-03-2024 - Zap
Os militares acusam Helena Carreiras e Gouveia e Melo de quererem impedir manifestações legais. Em causa estão os possíveis aumentos salariais aos polícias, com as Forças Armadas a exigirem também aumentos.
As tensões entre as associações militares e os responsáveis da Defesa de Portugal estão a intensificar-se. A Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) juntou-se ao coro de críticas, com acusações de “insegurança e desestabilização” contra a Ministra da Defesa, Helena Carreiras, e o chefe do Estado-Maior da Armada, o almirante Gouveia e Melo.
Num comunicado, a AOFA condenou a reação dos responsáveis à ameaça de manifestações, descrevendo as suas palavras como “incendiárias e intimidatórias” e atacando a indiferença perante a realidade urgente enfrentada pelos militares. O comunicado refere
Este confronto surge em resposta às declarações da Ministra e do almirante, que classificaram a possibilidade de protestos como inaceitável num Estado de direito democrático. As associações de militares, incluindo sargentos e praças, já tinham indicado a possibilidade de protestarem caso houvesse aumentos salariais para as forças de segurança sem incluir os militares, apesar de apoiarem as reivindicações destes últimos.
A AOFA relembrou que a história militar portuguesa inclui várias manifestações sem que houvesse comprometimento da coesão ou disciplina das Forças Armadas (FA), destacando que a Lei de Defesa Nacional permite protestos legais, desde que realizados sob condições específicas que não comprometam a ordem e a disciplina militar, cita o Expresso.
O comunicado critica ainda “as declarações de saudosismo autoritário, de apelo ao silêncio ou de renúncia forçada a justas reivindicações” dos dois responsáveis da Defesa.
A associação criticou a falta de ação para resolver os “graves problemas” que afetam as FA, incluindo a crise de retenção e a redução de efetivos, apontando estes fatores como ameaças reais à hierarquia e coesão das forças.
Além disso, a AOFA chamou a atenção para o “silêncio ensurdecedor” do Presidente da República, que ainda não respondeu a um documento entregue pela associação, detalhando as injustiças enfrentadas pelos militares.
Fonte: ZAP
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