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“É sempre a mamar”. Os tachos de autarcas do PSD a amigos e familiares em juntas de Lisboa

26-05-2023 - Henrique Machado, Vânia Ramos, Inês Pereira, Margarida Neves de Sousa

De A a Z, eis o puzzle do caso Tutti Frutti. TVI e CNN continuam a revelar tese da investigação criminal

Sérgio Azevedo estava otimista, o futuro correria bem – a não ser que “me apanhem numas escutas ou numas merdas manhosas”. Pela boca morre o peixe: essa mesma conversa estava a ser escutada e consta do processo Tutti Frutti, cuja investigação a TVI e a CNN Portugal estão esta semana a revelar.

Sérgio Azevedo era deputado do PSD, vice-presidente do Grupo Parlamentar do partido (foi-o de 2015 a 2018) e membro da Assembleia Municipal de Lisboa (de 2013 a 2017). Segundo a tese da investigação, ele era também “o chefe” de um esquema que visou um processo de “dominação das estruturas autárquicas (…) que permitem aos suspeitos obter vantagens patrimoniais (e não patrimoniais) à custa do erário público”.

Em causa estiveram sobretudo as câmaras de Lisboa, mas o alcance terá chegado a 16 municípios, mais 12 juntas de freguesia (quase todas da capital) e três assembleias municipais: além de Lisboa e Barcelos, também Loures.

As atividades seguiam a “extensão geográfica da orientação partidária”, defende Andrea Marques, procuradora adjunta do Ministério Público. E usavam, quando necessário, “intermediários que exercem ou já exerceram funções públicas em nome do PSD para obtenção da adjudicação ou avença”. Era esta “rede que aparenta ser encabeçada por Sérgio Azevedo” que alegadamente fez avenças, contratos suspeitos, distribuiu “guito” e tachos.

Eis o triângulo desenhado pela investigação: avenças a boys; contratos com empresas e pagamento de quotas a militantes social-democratas. E Sérgio Azevedo era o “chefe”, o trio fundamental da operação incluía Carlos Eduardo Reis e Luís Newton. A rede de investigações alarga-se depois a outros “operacionais” como Nuno Firmo e Nuno Vitoriano, assim como Fernando Braamcamp, no Areeiro, e Vasco Morgado, na freguesia de Santo António.

São eles que são apanhados a dizer coisas como “tem de fatiar pela malta”, porque há quem esteja a receber mais do que outros.

É a política transformada num centro de negócios, que chega a envolver familiares, uma companheira e uma mãe, num processo em que há suspeita de 4 crimes: corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio e financiamento proibido.

Numa conversa telefónica, Carlos Eduardo Reis “Aqui em Portugal os próprios partidos políticos controlam o Estado e a máquina”. Sérgio Azevedo retorque: “Se a PJ tivesse mais meios estava tudo fodido”.

Oito anos depois da denúncia anónima que originou tudo, e quase cinco anos depois das buscas que varreram o país, o processo Tutti Frutti tem já cerca de 11 mil páginas de suspeitas e investigações, e anexos que incluem escutas, dados bancários, emails apreendidos e documentos.

Veja todos os textos e vídeos sobre a operação Tutti Fruti aqui.»»

Fonte: TVI

 

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