Frustração, mágoa e uma t-shirt. Cavaco desceu à Terra e Costa contra-atacou

26-05-2023 - Zap

O primeiro-ministro acusou esta segunda-feira o ex-Presidente da República Cavaco Silva de estar a alimentar “o frenesim” da direita para provocar uma crise política artificial e interromper a trajetória de recuperação da economia — com uma t-shirt de militante, enorme frustração e a mágoa de sempre.

O primeiro-ministro respondeu esta segunda-feira às críticas de Cavaco Silva, acusando o antigo presidente da República de estar a “ alimentar o frenesim  da direita portuguesa que quer criar uma crise política artificial”.

No sábado, o antigo Presidente da República  Aníbal Cavaco Silva  acusou o primeiro-ministro, António Costa, de  perder a sua autoridade , acrescentando que por vezes  os primeiros-ministros “decidem apresentar a sua demissão ” devido a “um rebate de consciência”.

Num discurso bastante crítico da governação socialista, que classificou como “desastrosa”, o ex-chefe de Estado defendeu O PS é um partido que “passa a vida a mentir” e “ nunca desceu tão baixo . Ainda se pode acreditar num o Governo que passa o dia a mentir?”, perguntou.

Perante os jornalistas, à entrada de um almoço comemorativo dos 25 anos da Expo 98,  António Costa  considerou que Cavaco Silva “ desceu à terra ” para fazer uma intervenção na qualidade de militante do PSD.

Segundo António Costa, o antigo presidente “despiu o fato institucional para  vestir a t-shirt de militante partidário  e fazer um discurso inflamado para animar as suas hostes partidárias”.

António Costa diz que “percebe bem que alguém que tem muitos anos de militância partidária e que  teve a enorme frustração  de cumprir o seu mandato presidencial  dando posse a um governo que não desejava  dar posse, tenha ficado  sempre com esta mágoa “.

Para o primeiro- ministro, o antigo presidente, enquanto economista, “é um  profundo conhecedor dos ciclos económicos ”, razão pela qual “percebe a dinâmica em que o país se encontra”, com a “economia portuguesa felizmente a dar a volta às grandes dificuldades que teve de enfrentar com a pandemia, com o início da guerra e com a inflação”.

Portanto, diz António Costa, Cavaco Silva está a “alimentar o frenesim em que a direita portuguesa agora está no sentido de criar o mais rapidamente possível uma  crise política artificial “, para não dar tempo a “que os portugueses sintam – como têm direito a sentir – os benefícios desta recuperação económica”.

“ Só uma cise política poderia interromper essa dinâmica  do bom crescimento, do emprego em máximos históricos, do equilíbrio externo já com um saldo positivo este trimestre, dos rendimentos começarem a melhorar e da inflação estar a baixar”, concluiu o primeiro-ministro.

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