“Não vamos entrar em pormenores de horas e horinhas”: António Costa sobre recurso ao SIS
26-05-2023 - Tiago Rebelo
Primeiro-ministro contradiz afirmação de João Galamba de que falaram na noite em que o computador do ex-adjunto foi recuperado.
António Costa não foi claro sobre as horas a que falou ao telefone com João Galamba e soube do recurso ao SIS para recuperar o computador do ex-adjunto. “Não vamos entrar em pormenores de horas e horinhas”, disse ontem, quando confrontado com a versão de Galamba de que falou com ele na madrugada de dia 27. Costa disse que o telefonema aconteceu “no dia a seguir” e o ministro disse que falaram “à uma ou duas da manhã”.
Contudo, o primeiro-ministro também disse: “Mais tarde, liguei-lhe e ele informou-me do ocorrido. Eu perguntei se era necessário fazer alguma coisa e ele disse-me que não, que o caso já tinha sido comunicado ao SIS, à PJ.” Sobre o recurso ao SIS, Costa afirmou que não teve conhecimento prévio, “nem tinha de ter”, acrescentando que “ninguém do Governo foi informado de nada” nem “deu ordens”, tratando-se de uma “operação meramente corriqueira”.
Sobre Cavaco Silva, Costa acusou-o de “alimentar o frenesim em que a direita agora está, no sentido de criar o mais rapidamente possível uma crise política artificial, de forma a não dar tempo que os portugueses sintam - como têm direito a sentir plenamente - os benefícios desta recuperação económica”, pois só assim poderia “interromper a dinâmica de crescimento, com o emprego em máximos históricos e Portugal a registar um equilíbrio externo”. Mas, disse, “percebo bem os deveres que os militantes partidários têm”, depois de o ex-Presidente ter acusado o Governo de ser especialista em “mentira e propaganda”.
CRISE NÃO É ARTIFICIAL
O líder do PSD acusou Costa de reagir a Cavaco com “fanatismo político” e negação. “Não é artificial haver uma degradação das instituições e do Governo, não é nada artificial o aumento do custo de vida dos portugueses”, afirmou.
CITAÇÃO DE SOPHIA
Marcelo recusou comentar o discurso de Cavaco, mas disse à RTP que “ouço, como dizia a Sophia de Mello Breyner, ‘vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar’”. Sobre os vários Presidentes, “a grande riqueza da vida é não sermos iguais”.
Fonte: CM
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