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Chegou o momento de “meditarmos todos” sobre a atenção que damos ao Chega

28-04-2023 - ZAP

Protestos durante discurso de Lula: primeiro-ministro aponta o dedo à comunicação social, presidente do Sindicato dos Jornalistas reage.

O Chega convocou uma manifestação contra a presença de Lula da Silva em Portugal, para o exterior da Assembleia da República, mas os protestos não se ficaram por aí.

Tal como se previa, também no interior da Assembleia houve protesto: quando o presidente do Brasil começou a falar, na manhã de 25 de Abril, todos os deputados do Chega levantaram-se, com cartazes na mão onde se lia “Chega de corrupção” e “Lugar de ladrão é na prisão”; e ainda bandeiras da Ucrânia.

Sempre que havia aplausos ao discurso de Lula, os deputados do Chega batiam com as mãos nas mesas – o que originou uma reacção visivelmente irritada, em tom mais elevado, de Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República.

“Os deputados que querem permanecer na sala têm de se comportar com urbanidade, cortesia e a educação exigida a qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”, avisou (ou gritou) Santos Silva.

Lula da Silva não deu muita importância: “Foi uma cena ridícula. Isto é o que acontece quando as as pessoas não têm coisas boas para dizer. Quando eles voltarem a casa vão pensar: que papelão nós fizemos”.

Críticas ao jornalismo

Horas mais tarde, António Costa também abordou este momento protagonizado por uma “ultra-minoria que precisou de fazer barulho para suplantar em ruído a falta de representação popular que efectivamente tem”.

“A representação popular não resulta do barulho que se faz ao bater na mesa, resulta dos votos. O Chega teve os votos que teve e é uma ultra-minoria. Não é regra e felizmente é só excepção”, declarou o primeiro-ministro.

Costa virou-se depois para o papel dos jornalistas, quando questionado se tem dado muita visibilidade ao partido de André Ventura. “Visibilidade? Eu não tenho nenhum canal de televisão, não tenho nenhuma rádio ou jornal. Quem lhes dá visibilidade? São as televisões, as rádios, os jornais ou é o primeiro-ministro? Os senhores é que lhes dão visibilidade”.

O primeiro-ministro prolongou este assunto, mesmo sabendo que deverá ser criticado nos próximos dias: “Vão entreter-se a bater-me nos próximos dias. Mas os media dão-lhes mesmo uma atenção desproporcionada ao que eles (Chega) representam na nossa vida colectiva”.

Meditar

O presidente do Sindicato dos Jornalistas reagiu a estas palavras e apelou à reflexão: “É um excelente momento para meditarmos todos. Parece-me que, por vezes, há um excesso de aparição mediática do Chega em muitos momentos, explorando a polémica para lhe dar grande expressão”.

Luís Simões retirou uma ideia do discurso de António Costa: a falta de experiência dos jornalistas em Portugal. “Nós ainda não estamos preparados para esta forma de lidar com estas actuações. Porque, na verdade, o primeiro-ministro passa grande parte do tempo a falar no Chega e naquele momento da polémica”, analisou, na Antena 1.

Fonte: ZAP

 

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