| PS tenso. Uma “grande guerra” está iminente
14-04-2023 - ZAP
Pedro Nuno Santos “não tem respeito nenhum” por António Costa – que está quase a “liquidar” Pedro Nuno. TAP não ajuda.
É o partido que está no Governo, é um partido que lidera os rumos de um país com maioria absoluta, mas é um Partido Socialista (PS) tenso e agitado. Com problemas internos evidentes.
Pedro Nuno Santos, visto como uma figura do PS e apontado por muitos como o candidato principal à sucessão de António Costa, começou a perder terreno. Muito por causa do que aconteceu na TAP, enquanto era ministro das Infraestruturas, e por causa do anúncio precipitado sobre o novo aeroporto.
António Costa não gostou do processo TAP e afastou-se de Pedro Nuno, mesmo que não o diga publicamente.
E, nos corredores do PS, há apreensão porque teme-se uma guerra entre os dois nomes mais sonantes do partido, numa altura em que o ambiente entre ambos está claramente diferente, mais distante.
Aliás, no Observador lê-se que o PS pode mesmo entrar em breve uma “grande guerra”.
Uma “guerra que não pode acontecer”, disse um deputado socialista ao mesmo jornal. “António Costa sacrificou o cordeiro mais pequeno, Hugo Mendes (secretário de Estado). Se quiser sacrificar Pedro Nuno, sacrifica. Mas essa guerra não pode acontecer”.
Pedro Nuno Santos poderá aparecer em público em breve para tentar limpar a sua imagem. Mas “é melhor não obrigá-lo a vir a terreiro…”, avisa outro socialista.
“Se abrirmos uma guerra em que o país fica ao lado de tricas internas em relação ao futuro e ao passado, Pedro Nuno Santos pode morrer, mas Costa não fica melhor. E o PS nem sei…”, comentou um membro do partido.
É que Pedro Nuno “tem um exército que mais ninguém tem no PS, está espalhado pelo Governo e não tem nenhum respeito por António Costa”.
Por outro lado, dificilmente o ex-ministro chegará à liderança do PS se começar a atacar o seu próprio Governo.
Para já, António Costa estará “furioso” com o seu ex-ministro, que está verdadeiramente “desaparecido em combate”
Mas o primeiro-ministro “está empenhado em liquidar politicamente Pedro Nuno e está prestes a consegui-lo”, avisa outro socialista.
TAP divide (e pode partir) o PS
A comissão de inquérito no Parlamento ao processo TAP, que ainda se vai prolongar, está obviamente a provocar um desgaste significativo no PS, devido às revelações que têm sido feitas nas conversas com os deputados.
Nas bases do próprio partido já há descontentamento e incómodo em relação a este caso e aos métodos do Governo (que só tem membros do PS).
Este caso TAP pode mesmo partir o PS e já está a dividir figuras de topo do partido, indica o jornal Público.
Até o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, avisou que as reuniões dos grupos parlamentares e do Governo “não devem envolver outras personalidades” com um “perfil mais técnico” e “à frente da administração directa” e “indirecta do Estado” ou “do sector empresarial do Estado”.
O presidente do partido, Carlos César, vê como “inaceitáveis” os comportamentos de Hugo Mendes, que teve “uma conduta perniciosa e estúpida“. E sugeriu que Antóno Costa pedisse desculpa publicamente.
O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, avisa: “É errado procurar normalizar esta reunião (da TAP). Foi um erro”.
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