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«GAIAGATE», SEIS CASOS NAS MÃOS DA POLÍCIA JUDICIÁRIA (*)

10-10-2010 - Miguel Carvalho

Rios de dinheiro em propaganda, agências de «amigos», negócios ruinosos, ligações perigosas, património por explicar.  

A Polícia Judiciária investiga.

1 -   O património de Menezes

A história fez capa, pela primeira vez, na   VISÃO , a 27 de   F evereiro deste ano: livre de cargos públicos, Luís Filipe Menezes juntara-se a ex-governantes e amigos na   Urban Val ue,  uma imobiliária com fortes ligações a Angola. Nessa edição, revelámos a compra de uma quinta em Baião por parte do ex-autarca e levantámos o véu sobre os seus rendimentos e património. Há dias, o Correio da Manhã  fez manchete com a história, acrescentando um dado: a PJ quer ver as contas bancárias de Menezes.  

2 -   560 mil euros em propaganda
Entre 2011 e 2013, a Câmara de Gaia e as empresas municipais terão gasto cerca de 560 mil euros em anúncios e propaganda destinada a publicações locais e nacionais, numa altura em que o endividamento da autarquia era já sufocante. Além das suspeitas quanto aos fins a que se destinaram as verbas, a PJ está particularmente interessada em averiguar as relações entre várias publicações e diversas figuras próximas de Menezes, algumas das quais ocupavam cargos no organograma do município.

3 -   Em SUMA, lixo...      
O contrato de concessão de recolha de resíduos que obrigará Gaia a pagar 150 milhões de euros à   SUMA , do   grupo Mota Engil , até 2026, está na mira dos investigadores. A notícia veio no   Público   e no   JN , mas o caso é de filigrana. O contrato estará relativamente blindado do ponto de vista jurídico e Menezes passou a ideia de que acautelou o interesse público. Mas há um antigo dirigente do PSD, figura até há pouco próxima do ex-autarca, que poderá ser uma personagem-chave no deslindar do caso: Amorim Pereira.

4 -   Gaianima: poço sem fundo  
Neste momento, a PJ já não terá dúvidas: a empresa municipal Gaianima, em fase de liquidação, terá servido para financiar as campanhas eleitorais de Luís Filipe Menezes ou pagar favores a amigos do anterior presidente. A   WeBrand   é uma das empresas que terá beneficiado de contratos públicos em compensação de serviços prestados às campanhas do ex-autarca. A VISÃO teve acesso a documentação que comprova ligações e combinações suspeitas entre a agência e administradores da   Gaianima , durante o consulado de Guilherme Aguiar na empresa. Do tempo de Ricardo Almeida, sobram dois contratos polémicos com as agências   Next Power   e   Boston Media , ligadas a João Paixão Martins, que a Judiciária também investiga.

5 -   Mais vale parecer...
Quando estava no auge a polémica em torno da lei de limitação de mandatos que poderia impedir Menezes de se candidatar ao Porto, a autarquia encomendou pareceres jurídicos a dois jurisconsultos (Pacheco de Amorim e Paulo Otero) sobre a interpretação da lei. A Câmara pagou-os, mas, mais tarde, o PSD solicitou à autarquia que lhe cedesse a sua posição contratual. A PJ já pediu documentação sobre este processo.  

6 -   Agências e assessorias a pente-fino
Há contratos de assessoria e comunicação que a PJ também solicitou à autarquia. Um foi celebrado com a   Mediana , empresa dirigida pela mulher de Joaquim Couto, autarca socialista de Santo Tirso e ex-vereador da oposição em Gaia, que rendeu 72 500 euros àquela agência. Outro contrato que está a ser analisado é com a   Beleza das Letras , uma empresa pertencente ao ex-jornalista Manuel Neto, activo colaborador de Menezes na campanha autárquica do Porto. O contrato de «consultoria na área da comunicação» foi celebrado no ano passado e a Câmara pagou mais de 33 mil euros.

(*) Texto de Miguel Carvalho  publicado na VISÃO de 25 de Setembro

 

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