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Trapalhada nas escolas provocada por erro primário de matemática

19-09-2014 - Esquerda.net

Associação Nacional de Professores Contratados diz que os docentes que concorreram à Bolsa de Contratação de Escola foram colocados com base numa ordenação incorrecta provocada por um erro na fórmula matemática que o MEC aplicou. Professores mais experientes, com as melhores notas de conclusão de curso são atirados para o fundo das listas.

Os professores contratados (precários) já tinham contestado os critérios usados na ordenação das listas na Bolsa de Contratação de Escola, para a qual concorreram na esperança de conseguir obter um dos 3473 horários que ainda não estão preenchidos no dia em que as aulas começam. O motivo era a graduação profissional ter um peso de apenas 50% no resultado final, sendo os outros 50% determinados pela “avaliação curricular”, isto é, a adequação aos critérios determinados pelos directores da escolas.

A graduação profissional é determinada pela nota de curso, pelo número de anos de serviço e pela avaliação. Divulgadas as listas, na última sexta-feira, verificaram-se discrepâncias absurdas, com professores mais experientes, com melhores notas de conclusão de curso e anos de serviço sendo atirados para o fim das listas.

Os resultados foram de tal forma absurdos, que os docentes desconfiaram que as discrepâncias não podiam ser explicadas apenas pelo facto de a graduação profissional ter passado a valer metade. “O valor de 50 por cento dado à avaliação curricular não explica a discrepância de centenas ou mesmo milhares de lugares na lista”, afirmou César Israel Paulo, da Associação Nacional de Professores Contratados (ANPV), ao Público.

Erro primário de matemática

A conclusão a que a ANPV chegou, depois de analisar exaustivamente as listas, é que é a própria fórmula que o MEC usou que está errada. “O MEC terá ignorado que a graduação profissional é um valor de base 20 [numa escala de números absolutos, e não uma percentagem] e somou 50% desse valor com 50% da percentagem obtida na resposta aos subcritérios relativos à avaliação curricular sem converter uma das grandezas”, afirma César Israel Paulo.

Por outras palavras, o MEC pretendeu fazer uma média aritmética entre duas grandezas que estão expressas em escalas diferentes, sem se preocupar em torná-las equivalentes. O resultado deste erro primário de matemática foi que as notas de conclusão dos cursos dos docentes e a sua experiência profissional foram desvalorizadas para 1/5 do que deveriam valer na classificação dos candidatos.

“O ministro Nuno Crato, conhecido pelo discurso do rigor e da excelência, não é capaz de desenvolver uma simples fórmula matemática. Em consequência da sua inépcia política e técnica lançou o absoluto caos na vida de milhares de portugueses, professores e seus familiares, alunos e encarregados de educação”, acusa um professor numa das muitas mensagens que estão a cruzar as redes sociais.

Na segunda-feira, foi efectuada uma acção de protesto em frente ao MEC, em Lisboa, e frente à DREN, no Porto, e à DREC, em Coimbra. Os professores exigiram a anulação desta Bolsa de Contratação de Escola porque “ao invés de tornar o processo de contratação de professores mais célere e transparente, lançou o caos”.

 

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