Para um movimento popular e patriótico
29-08-2014 - N.A.
Surgiu no FaceBook, um movimento de cidadãos de esquerda que propõe uma nova abordagem para a resolução da crise portuguesa e da Europa, e que se apresenta com com a seguinte proposta.
Proposta de petição aos partidos e movimentos de esquerda.
Os signatários consideram-se homens e mulheres de esquerda, de uma esquerda consequente e sem ambiguidades que não pactua com a rendição de outros sectores aos ditames hoje dominantes do pensamento único europeu. No entanto, não recusam, sectariamente, todos os esforços possíveis para chamar o PS a um terreno de entendimentos contra a pol ítica de austeridade troikista protagonizada pelo actual governo.
Os signatários têm por coisa indiscutível que a saída da crise exige uma política de investimento e desenvolvimento, de criação de emprego, de reposição dos esbulhos aos trabalhadores e reformados, de estímulo da procura interna, de promoção do Estado Social.
Por isto, os signatários entendem que, para cumprimento destes desideratos, é necessário resolver o problema da insustentabilidade da dívida, reestruturando-a e é preciso recusar o Tratado orçamental.
Os signatários entendem que, na actual situação política, é irrealista tentar congregar forças num largo movimento desde a esquerda consequente até ao PS, ainda hoje fortemente influenciado por uma ala que se revê num bloco central. Consideram que, prioritariamente, se deve constituir um sólido bloco unitário à esquerda do PS, que depois possa dialogar com o PS, em posição de maior força.
Consideram que esta aliança de esquerda deve ter um forte componente extra partidário, a contribuir, pela imagem, para a superação de aspectos negativos que hoje prejudicam a percepção dos partidos de esquerda pelo eleitorado.
Entre muitos outros aspectos, essa aliança de esquerda, sem prejuízo da manutenção da personalidade de cada partido e sem menosprezar os aspectos ainda mais sentidos de luta económica e social, pode mostrar uma alternativa ajustada a aspirações individuais e comunitárias, que enriquecem a luta de esquerda tradicional.
Uma nova política deve responder à situação objectiva mas também aos factores subjectivos de insatisfação. Deseja-se maior flexibilidade e variabilidade na vida pessoal, nos gostos e prazeres, compreendem-se melhor os efeitos da massificação, nomeadamente a manipulação pela comunicação social. Valoriza-se mais o contacto com a natureza, o ambiente saudável, as actividades criativas, os costumes tradicionais e o artesanato. Aspira-se a maior “sentido da vida”, com harmonia das relações entre o trabalho, a família, o lazer, a actividade cívica e política. Numa síntese entre o individual e o colectivo, pode-se começar a visionar uma nova sociedade não unidimensional.
Os signatários entendem que uma aliança popular e patriótica deve envolver um largo leque de forças partidárias, não partidárias, sociais, associativas e comunitárias, mas destacam as que, por razões evidentes, têm condições mais favoráveis para o lançamento da aliança: PCP, BE, CGTP, Congresso Democrático das Alternativas, Iniciativa Cidadã da Dívida.
Apelam para que, o mais rapidamente possível, elas convoquem paritariamente um Fórum de Esquerda, aberto a todos os cidadãos interessados, para lançamento de um processo unitário consequente, que, mais tarde, possa conduzir a um entendimento com outros sectores da oposição ao governo.
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