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Entrevista ao Contra-Almirante Martins Guerreiro
A Associação 25 de Abril projecta grandes comemorações do 40º aniversário da Revolução

25-10-2013 - RC

A Associação 25 de Abril está a lançar um grande movimento a propósito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, que irão ocorrer em 2014. A verdade é que a Associação não promove todo este processo apenas por estarmos numa data redonda, dos 40 anos da revolução, mas porque avalia a situação do país e as tarefas que se colocam aos portugueses como carecendo de um forte reavivar dos valores de Abril.

Há, igualmente, um propósito de dinamização cultural e de divulgar junto das novas gerações do qual é o legado das mulheres e dos homens que estiveram engajados no processo de luta pela libertação. Para nos explicar os contornos do que está a ser preparado, entrevistámos o Contra-Almirante Martins Guerreiro, figura fulcral do MFA e do Conselho da Revolução actualmente com grandes responsabilidades no lançamento do projecto das comemorações.  

RC: Pode-nos descrever a visão da Associação 25 de Abril sobre o que poderá estar em desenvolvimento para as comemorações do 40º aniversário da Revolução?  

Martins Guerreiro: Há cerca de três anos iniciamos na A25A um processo de reflexão e debate sobre a situação portuguesa, os seus bloqueios e a notória perda de qualidade da nossa democracia, a captura do Estado por interesses alheios aos cidadãos, embora servidos por portugueses instalados no sistema financeiro e na classe política.  
A degradação da situação económica, social e política; a falta de ética e moral na condução da coisa pública, obriga-nos a voltar ao activo, a assumir em pleno uma cidadania consciente e actuante, a apela aos portugueses para se juntarem à volta dos valores de Abril.  
A propósito das comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril de 1974, decidimos lançar e consolidar um forte movimento cívico, cultural, social e político para recuperarmos a dignidade de Portugal, libertando-nos do protectorado e submissão a que a finança internacional e nacional, com o apoio da classe política governante, nos conduziu.  
É indispensável que os cidadãos portugueses recuperem o seu poder soberano e as inerentes funções que os actuais "ocupantes" dos Órgãos de Soberania malbarataram e não têm sabido exercer com sentido de dignidade e respeito pelos cidadãos e pela nossa História e Cultura.  
É indispensável que todos os que se sentem dignos e servem a nossa pátria se reúnam à volta dos valores sociais e políticos que foram e são a referência de Abril: Liberdade, Democracia Participada, Justiça Social, Paz, Soberania Nacional no quadro de uma União Europeia caracterizada pela igual dignidade dos seus membros e pela solidariedade entre as nações.  
Em defesa de um Portugal livre, democrático e justo, a A25A, em conjunto com todas as Associações, organizações e cidadãos a título individual que o desejem, iniciou um processo de organização e actividades visando projectos comemorativos e de reflexão em diferentes dimensões: cultural, social, económica, lugar de Portugal no mundo, de modo a encontrarmos o caminho para a realização dos sonhos da esmagadora maioria dos portugueses.  
Actuaremos em várias frentes:  
- cultural  
– informação  
– social e económica  
– estratégica  
– organizacional  
– internacional.  

Na nossa reflexão e acção partimos dos problemas concretos e das necessidades das pessoas e do País.  
Procuraremos através de debates e encontros: locais, regionais e de âmbito nacional, viabilizar a expressão do sentir e da vontade dos portugueses e de residentes estrangeiros no nosso país.  

RC: O que significa a Associação retomar o velho projecto da Revolução de estimular a Dinamização Cultural?  

Martins Guerreiro: Consideramos essencial dar a devida importância e realce à dimensão cultural e sua dinamização. Consideramos que por essa via se podem manifestar muitos dos melhores valores e realizações dos portugueses.  
A dimensão cultural dignifica e liberta as pessoas, permite a expressão da criatividade dos cidadãos, afirma a sua identidade, enobrece o país e a sua imagem.  
Esperamos uma grande participação, quer em qualidade quer em quantidade por todo o país.  
Não por acaso as dimensões culturais, estética e ética do 25 de Abril (em grande parte criações populares) alteraram radicalmente a imagem do Portugal salazarento, como continuam a ser referências simbólicas no estrangeiro do que foi a nossa revolução dos cravos.  
Estimular a dimensão cultural é afirmar o 25 de Abril, devolver a palavra aos cidadãos, deixar florescer a sua criatividade e capacidade realizadora, tornar os cidadãos e o povo sujeitos da sua história.  

RC: Diga-nos quais são as suas responsabilidades concretas no projecto da Associação  

Martins Guerreiro: As minhas responsabilidades na concretização deste projecto são como a de muitos outros companheiros militares ou civis: ser promotores entusiastas desta realização, trabalhar nas áreas onde nos sentimos melhor ou fizermos mais falta.  
Em concreto estou a trabalhar na parte organizativa de modo a cobrirmos o país e as comunidades de portugueses no estrangeiro por uma rede de pessoas motivadas e actuantes nas diferentes dimensões.  
Procurarei também dinamizar uma área específica de reflexão sobre o Estado e Aparelho de Estado e a forma como o Estado Republicano, não apenas o Estado Social, está a ser desorganizado e desmantelado de modo a deixar o caminho mais livre para os interesses do capital financeiro especulativo e para a actuação da classe política subserviente de tais interesses e poderes.  
Muitos outros temas e problemas, conforme a sua acuidade e premência, poderão e deverão ser abordados e tratados pelos cidadãos nos diferentes níveis de intervenção local, regional e nacional.  
Esperamos que sejam tratados desde problemas concretos muito sensíveis, como por exemplo o da água, a questões como o tipo de sociedade em que queremos e desejamos viver ou o lugar de Portugal no mundo para além da questão da organização do Estado.  
Outras questões poderão ser tratadas como o aproveitamento das nossas capacidades e potencialidades e recursos tantas vezes ignorados e desprezados.

RC = Renovação Comunista

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