Moção de António Costa exclui alianças à direita

15-08-2014 - Cristina Figueiredo

No texto da sua moção política apresentada na terça-feira 12 manhã, Costa só fala da possibilidade de alianças com os partidos à esquerda. Na única referência indirecta à direita, limita-se a recusar consensos que protejam as políticas do actual Governo para lá desta legislatura.

É uma "moção política sobre as grandes opções do Governo" que António Costa espera vir a encabeçar depois das próximas legislativas. Preferencialmente, com maioria absoluta. Mas se assim não for, com "uma nova maioria", que há de ter em conta "a esquerda que no Parlamento se senta à esquerda do PS" e que, na opinião do candidato, não pode continuar a ser excluída da responsabilidade de governar, a pretexto do "tão abusado conceito de arco da governação": "Não há qualquer razão para o PS ignorar as aspirações dos eleitores representados pelos partidos à sua esquerda".

Eventuais alianças à direita não são referidas no texto. Nem que sim, nem que não. Apenas uma frase, vaga, parece excluí-las: "Os apelos ao consenso e ao compromisso não podem ser instrumentalizados, como já foram, para tentar proteger as políticas do actual Governo para lá de futuras eleições".

São 28 páginas com as quais António Costa espera ganhar o voto dos militantes e simpatizantes nas eleições primárias. Mas este é "só" o primeiro passo de um calendário que, nas contas do candidato a candidato a primeiro-ministro, só termina em Outubro de 2015.

Dando de barato a vitória a 28 de Setembro, o adversário de António José Seguro fixa já Novembro como o mês para a realização de directas para a escolha do novo secretário-geral e para a sua consagração em congresso.

Expresso.pt

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