Putin acusa os Estados Unidos de violar pacto nuclear de Guerra Fria
29-12-2017 - Rebelión.org
Washington negou todas as denúncias da Rússia e acusou os russos de tentar fazê-lo, ao desenvolver um novo míssil terrestre.
O presidente russo Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de violar um pacto histórico sobre armas nucleares, vigente desde a Guerra Fria, e de ocultar intenções agressivas, razão pela qual também advertiu que rechaçará qualquer ameaça potencial e que seu país pagará um custo muito menor que o dos estadunidenses caso essa situação se incremente.
Em reunião com o alto mando militar russo, Putin afirmou que as instalações estadunidenses de defesa e lançamento de mísseis instaladas na Romênia contêm interceptores que poderiam alojar armas terrestres de alcance intermediário, violando o Tratado de Forças Nucleares Intermediárias (INF, por sua sigla em inglês), de 1987.
O mandatário russo acrescentou que os lançamentos em forma de ensaio por parte dos Estados Unidos violam outra cláusula do pacto que proíbe mísseis e equipamentos balísticos lançados em terra que possuam um alcance entre 500 e 5 mil quilômetros.
Washington negou todas as denúncias da Rússia, dizendo que jamais violou qualquer tratado, e acusou os russos de tentar fazê-lo, ao desenvolver um novo míssil terrestre, informação negada por Moscou.
“Buscam algumas violações da nossa parte enquanto eles cometem violações reais constantemente”, disse Putin. “Tudo isso afeta gravemente a segurança da Europa e do mundo inteiro”.
Aproveitando a ocasião, o presidente russo comentou alguns detalhes da nova estratégia de segurança nacional de Washington, que segundo ele demonstra as intenções agressivas do país.
Ademais, destacou que a presença de forças da OTAN próximas à fronteira russa ameaça a segurança do país.
“Quando deslocamos unidades militares em nosso próprio território, isso é descrito como `ameaça´, mas quando eles movem pessoal entre bases militares, além de infraestrutura e armamento renovado, tudo isso perto das nossas fronteiras, eles apresentam isso como algo normal. Provavelmente é normal para os que o fazem, mas não para nós”, concluiu.
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