Edição online quinzenal
 
Terça-feira 16 de Setembro de 2025  
Notícias e Opnião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

“The New Yorker”: Deutsche Bank e o escândalo de 10 biliões de dólares

02-09-2016 -

Reportagem fala sobre esquema de dinheiro russo oriundo de offshores

Matéria publicada na passada quinta-feira (24/8) pelo jornal   The New Yorker  fala sobre um escândalo bilionário de dinheiro russo através do Deutsche Bank. Quase todos os dias úteis entre o final de 2011 e início de 2015, um russo chamado Igor Volkov era chamado à sede do Deutsche Bank, em Moscovo. Ele falava com uma funcionária chamada Dina Maksutova e pedia para fazer duas operações simultaneamente. Uma seria feita com rublos russos para comprar  um produto blue-chip russo, como a Lukoil, uma empresa russa para que eu representava. Normalmente, a operação movimentava dez milhões de dólares. Na segunda, Volkov usava o nome de uma empresa diferente, registada em algum território offshore, como as Ilhas Virgens Britânicas e vendia as mesmas acções russas, na mesma quantidade, em Londres, em troca de dólares, libras ou euros. A empresa russa e a empresa offshore tinham o mesmo proprietário. O Deutsche Bank estava ajudando o cliente a comprar e vender para ele mesmo.

Aqui pode ler o artigo original em ingles.

THE NEW YORKER: DEUTSCHE BANK’S $10-BILLION SCANDAL

As acções do Deutsche Bank estão agora sob investigação do Departamento de Justiça dos EUA, o Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York, e reguladores financeiros no U.K. e na Alemanha, diz o The New Yorker.

O jornal norte-americano fala que à primeira vista tudo parecia normal. O Deutsche Bank ganhava uma pequena comissão para a execução de  compra  e venda das ordens, mas, em termos financeiros, os clientes não ganhavam grandes quantias. A empresa russa e a empresa offshore pertenciam ao mesmo proprietário, que procurava com estas negociações uma espécie de alquimia: transformar rublos ilegais na em dólares escondidos fora da Rússia. No mercado de Moscovo, este golpe se chama Konvert, que significa "envelope" e vem do verbo em Inglês "Convert", de converter. Na media inglesa o esquema ficou conhecido como "negociação espelho."

O   New Yorker  diz que estes "negócios espelho" não são totalmente ilegais e dificilmente consegue se comprovar. Quatorze funcionários antigos e actuais do Deutsche Bank em Moscovo falaram sobre as operações espelho, assim como várias pessoas envolvidas com os clientes. A maioria deles pediu para não serem identificadas, ou porque tinham assinado acordos de confidencialidade ou porque ainda trabalham no banco. A negociação é uma forma de lavagem de dinheiro, ou seja, esconder um montante de origem duvidosa.

O jornal de Nova Iorque acrescenta que as acções do Deutsche Bank estão agora sob investigação pelo Departamento de Justiça dos EUA, o Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York, e reguladores financeiros no U.K. e na Alemanha. Em um relatório interno, o Deutsche Bank admitiu que até abril de 2015, três membros das mesas de operação de acções russas haviam sido suspensos por associação ao negócio espelho, envolvidos em negociações de dez mil milhões de dólares.

The New Yorker  lembra que o Deutsche Bank é uma instituição difícil de se controlar, com sede em Frankfurt e cerca 700 mil funcionários ao redor do mundo. Quando foi fundada, em 1870, foi declarado o propósito de facilitar o comércio entre a Alemanha e outros países de economia bruta. O banco logo estabeleceu pontos de apoio em Xangai, Londres e Buenos Aires. Em 1881, o banco chegou à Rússia, encomendado pelo financiamento de ferrovias de Alexander III. Ele tem operado lá desde então.

Durante a era nazi, o Deutsche Bank manchou a sua reputação através do financiamento do regime de Hitler e compra de ouro roubado aos judeus. Depois da guerra, o banco se concentrou no seu mercado doméstico, desempenhando um papel significativo no chamado milagre económico da Alemanha, quando o país recuperou a sua posição como o maior potência da Europa, finaliza o jornal   The New Yorker.

 

Voltar 


Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome