| EUA suspendem alguns envios de munições para a Ucrânia, incluindo mísseis de defesa aérea
04-07-2025 - CNN , Kristen Holmes e Lex Harvey
A administração Trump está a suspender alguns envios de armas para a Ucrânia, incluindo mísseis de defesa aérea, na sequência de uma revisão dos gastos militares e do apoio norte-americano a países estrangeiros, disse um alto funcionário da Casa Branca à CNN.
O Secretário da Defesa, Pete Hegseth, aprovou a revisão, que, segundo o responsável, já decorria há vários meses. Não ficou imediatamente claro se o apoio militar prestado a outros países será também afetado. Já a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly, afirmou que a decisão foi tomada “para colocar os interesses da América em primeiro lugar”.
A decisão de suspender alguns envios de armas para a Ucrânia surge depois de o presidente Volodymyr Zelensky ter apelado aos aliados ocidentais para reforçarem as defesas aéreas do país, perante o aumento dos ataques aéreos russos.
A Rússia lançou, nas últimas semanas, ataques aéreos quase todas as noites sobre a Ucrânia, utilizando centenas de drones e mísseis. No domingo, as forças armadas ucranianas anunciaram que um piloto morreu após o caça F-16 onde seguia se despenhar durante um ataque aéreo russo. Após o ataque, Zelensky afirmou nas redes sociais que a Ucrânia está pronta para comprar “sistemas americanos” para reforçar a sua defesa aérea.
Os EUA têm sido o maior doador individual de ajuda militar à Ucrânia desde que a Rússia iniciou a sua invasão em grande escala em 2022, fornecendo sistemas de defesa aérea, drones, lançadores de foguetes, radares, tanques e armas anti-blindagem, o que tem gerado preocupações quanto à diminuição dos próprios arsenais dos EUA. Contudo, o equilíbrio da ajuda à Ucrânia mudou significativamente desde o regresso de Trump ao poder, lançando dúvidas sobre o futuro do apoio americano a Kiev.
Em abril, a Europa ultrapassou os EUA em termos de ajuda militar total à Ucrânia pela primeira vez, com uma contribuição de 72 mil milhões de euros (84,9 mil milhões de dólares), comparativamente aos 65 mil milhões de euros (76,6 mil milhões de dólares) dos EUA, segundo dados do Instituto Kiel para a Economia Mundial, um think tank alemão que acompanha de perto a ajuda em tempo de guerra à Ucrânia.
Esta mudança ocorreu depois de Trump ter interrompido todos os envios de ajuda militar para a Ucrânia, na sequência de uma acesa discussão no Salão Oval com Zelensky, em março. Trump retomou os envios cerca de uma semana depois.
Na semana passada, durante a cimeira da NATO em Haia, o presidente dos EUA sugeriu que Kiev poderá vir a receber sistemas de mísseis Patriot no futuro – sinalizando uma possível mudança na sua posição quanto ao fluxo de ajuda americana para Kiev.
Os sistemas Patriot são amplamente considerados dos melhores sistemas de defesa aérea, especialmente eficazes contra mísseis balísticos e hipersónicos avançados. A Ucrânia possui cerca de meia dúzia destes sistemas de fabrico americano, que desempenham um papel crucial na sua defesa aérea, protegendo milhões de civis dos mísseis russos. No entanto, Kiev corre o risco de ficar sem mísseis para esses sistemas.
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