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Guerra entre Rússia e Nato vai acontecer “antes do que se espera”, avisam especialistas dos EUA

12-04-2024 - Pedro Zagacho Goncalves

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla original), organismo norte-americano que concentra especialistas em temas de guerra, lançou recentemente um relatório alarmante que sugere que a Rússia está a preparar-se para um conflito convencional em grande escala com a NATO.

O relatório, divulgado horas antes do ataque em Moscovo, na sexta-feira, aponta que o conflito poderá não ser iminente, mas provavelmente ocorrerá mais cedo do que muitos analistas ocidentais previram, e do que as expectativas possam apontar.

“Vários indicadores financeiros, económicos e militares sugerem que a Rússia está a preparar-se para um conflito convencional em grande escala com a Nato”, afirmou o ISW. O relatório aborda as consequências da reeleição de Vladimir Putin como presidente russo e os seus propósitos e objetivos para este quinto mandato.

Segundo o ISW, a Rússia estará a procurar fortalecer a sua economia a médio-longo prazo, evitando as sanções impostas pela comunidade internacional e reforçando a sua indústria militar através de “castigos” aos oligarcas com quem Putin tem mantido relações próximas há anos. O FMI prevê um crescimento de 2,6% para a Rússia em 2024, um valor superior ao que será observado entre os países do G7.

Este crescimento económico é acompanhado por um discurso populista que exalta a pátria russa, o cidadão comum e os militares como “verdadeiros heróis” em comparação com aqueles que “se encontraram com uma fortuna nos anos noventa”, conforme destacou o ISW.

O presidente da Polónia, Andrzej Duda, recorda o El Español, também expressou preocupação com os preparativos da Rússia para este conflito em larga escala. “Putin está a preparar uma ‘economia de guerra’ que levaria o seu país a atacar um país da NATO por volta de 2026 ou 2027”, afirmou Duda. O exército russo, por sua vez, está a passar por uma série de mudanças burocráticas e organizacionais que sugerem um foco em um conflito mais sério e sustentado.

Apesar das preocupações, o relatório do ISW ressalta que não há indicações de que Vladimir Putin esteja a considerar um conflito nuclear. “A ideia em si é difícil de compreender se tivermos em conta os enormes problemas que a Rússia continua a ter na Ucrânia”, destaca o relatório.

Quanto ao possível alvo de um ataque russo, os especialistas sugerem que os Países Bálticos ou a Polónia poderiam ser focos. No entanto, o ISW alerta que um ataque convencional seria arriscado e previsível, provocando uma resposta imediata da NATO.

O relatório também sublinha o papel da Rússia em fomentar divisões internas no Ocidente. “Ao longo da última década, os serviços de inteligência russos demonstraram uma experiência notável em influenciar a opinião pública europeia e até os seus governos”, afirma o ISW. A concretização ou não dos preparativos de Putin dependerá da capacidade da Europa para se defender e da ajuda dos EUA.

Em resposta às alegações, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que a Rússia está “de facto” num “estado de guerra” devido à ajuda da Nato à Ucrânia. “A propaganda em torno do que aconteceu no Crocus City Hall [ataque terrorista] não servirá para aliviar o sentimento de ameaça constante que Putin quer incutir na sociedade russa”, afirmou Peskov.

Fonte: Executive Digest

 

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