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Pedro Nada Sabe

05-01-2024 - Ricardo Pinheiro Alves

O ideal de vida de Pedro Nada Sabe não é a de que o sonho comande a vida. É que o Estado sob sua ordem comande a vida de todos nós. Quer a sua vida comandada por outros? Vote PNS.

“Pedro Nada Sabe” foi a resposta de Pedro Nuno Santos quando lhe perguntaram sobre a indemnização de meio milhão de euros dada à administradora da TAP. O mesmo Pedro Nada Sabe que um mês depois de ter dado a indemnização convidou a mesma administradora para presidir a uma empresa pública que o próprio tutelava enquanto ministro.

Foi só quando se apercebeu que teria de depor na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a TAP, onde mentir é um acto punível por sanção legal, que Pedro Nada Sabe se “lembrou” que tinha enviado uma mensagem de “ whatsapp” a dar o seu acordo ao pagamento de meio milhão de euros do dinheiro dos portugueses. Por aqui pode avaliar-se o “calibre” de Pedro Nada Sabe: “arrependeu-se”, mentindo e com medo das consequências.

Pedro Nada Sabe está habituado a usar o dinheiro do pai. Mas desta vez o dinheiro não era do pai, era dos outros. Como também não era dinheiro do pai os 3,2 mil milhões de euros colocados na TAP e nunca devolvidos, ao contrário do que as outras companhias aéreas europeias fizeram.

Esta forma de actuar ficou também bem evidente na decisão de instalar inicialmente o novo aeroporto no Montijo para depois o transferir para Alcochete. A decisão ficou parada pelo puxão de orelhas que levou, mas o relatório da Comissão Técnica (CT) recentemente divulgado mostra a leviandade com que foi tomada. Pedro Nada Sabe, na sua visão idílica do país, não queria apenas um novo aeroporto de Lisboa, queria logo dois.

Segundo a CT, os custos de instalar um aeroporto no Montijo, para depois o transferir para Alcochete, seriam astronómicos, pelo que a decisão era totalmente irresponsável. Mas, lá está, esse é um aspecto irrelevante para quem nunca teve de se preocupar com dinheiro.

A sua leviandade ficou bem expressa na forma como comentou o relatório da CT: “ Como diz o povo, mais vale feito do que perfeito”. Que é como quem diz, custe mais 10 mil milhões ou menos 10 mil milhões de euros, não interessa quem paga, o que interessa é que seja feito. Pedro Nada Sabe não deveria ser insensível à situação difícil por que passa a grande maioria dos portugueses.

Esta teia de mentiras, de negociatas e de leviandades irresponsáveis é uma característica comum nos governos do partido de Pedro Nada Sabe e estes episódios confirmam que ele foi um dos seus mais activos intérpretes na última década. Só por isso já é uma preocupação para os portugueses a hipótese de um dia vir a ser Primeiro-Ministro de Portugal.

Mas há outros dois aspectos igualmente graves que deverão preocupar os portugueses. Pedro Nada Sabe tem como confidente Mariana Mortágua, com quem criou laços de amizade durante a “geringonça” e a quem telefonou logo que anunciou a sua candidatura para lhe perguntar sobre a sua disponibilidade para “juntar os trapinhos” se a ocasião política o proporcionar.

Perante esta hipótese, não são as pernas dos banqueiros alemães que devem tremer. São as pernas dos portugueses que devem abanar com a perspectiva de uma aliança entre dois radicais, sendo que um deles instalaria uma ditadura em Portugal se o permitissem.

O exemplo de aliança em Espanha entre socialistas democráticos e socialistas não democráticos mostra-o bem. As tentativas de criar obstáculos ao funcionamento da justiça e de a controlar, que se concretizaram no socialismo espanhol (e que também já constituíram prática no socialismo português) é uma razão mais do que suficiente para se temer o pior.

Se juntarmos o controlo da justiça com a vontade com que os dois iriam delapidar os bens dos portugueses, as preocupações são multiplicadas por mil. Juntar um filho mimado que nunca se preocupou com dinheiro com uma filha de quem nunca teve problemas em tirar o dinheiro aos outros é uma receita de sucesso garantido para o abuso sobre todos nós.

A terceira razão principal para recearmos o que possa vir de Pedro Nada Sabe é que, mesmo sendo pouco o que disse nas últimas semanas de campanha, é bastante elucidativo, por mais contraditório que isso possa parecer. Pedro Nada Sabe prepara-se para mergulhar Portugal no maior imobilismo estatizante a que assistimos desde o Processo Revolucionário em Curso.

Depois das experiências da indemnização à administradora da TAP, da sua nomeação para presidente de uma empresa pública, de “despejar” 3,2 mil milhões noutra empresa pública, de anunciar a construção de dois novos aeroportos para Lisboa com a riqueza (ou com a pobreza) dos portugueses e de sondar uma parceria com um partido não democrático, Pedro Nada Sabe quer ser o timoneiro de um governo que aplica estas práticas a cada vez mais empresas públicas.

A sua estratégia é colocar as empresas públicas como âncoras da economia nacional com o Estado a desempenhar o papel de liderança – de que Pedro Nada Sabe seria o grande líder, claro está, e os seus amigos socialistas democráticos e não democráticos os pequenos líderes seus assessores.

Porque é que isto nos deve preocupar? Porque a juntar à sua participação em três governos que ao longo de 8 anos fizeram um forte desinvestimento nas infra-estruturas do Estado e degradaram comboios, navios, hospitais, escolas e outros equipamentos, a sua experiência empresarial se traduz num Porche ou num Maserati, que representam o pior do empresário que gasta o dinheiro da empresa em coisas supérfluas em vez de investir nela e nos seus trabalhadores. Esta mentalidade não serve para desenvolver um país.

Todos sabemos que Pedro Nada Sabe vai querer mais PRRs, pois é o mesmo dinheiro fácil que teve durante toda a vida, sem ter de pensar de onde vem nem nas consequências de o gastar. Em troca entregará tudo o que for preciso, alienando ainda mais o país aos interesses dos outros. Quem sabe, com o sonho de um dia vir a ter um cargo em Bruxelas.

Estes atributos de Pedro Nada Sabe devem levar-nos a pensar sobre que futuro queremos para Portugal: Um país que cresça em liberdade, onde a vontade e a capacidade de iniciativa dos portugueses seja desenvolvida sem tentativas de manipulação e de aproveitamento político? Ou um país em que haja uma central de comando a impor-nos as suas ordens, a espoliar-nos os bens e a dirigir as nossas acções a caminho do precipício?

O ideal de vida de Pedro Nada Sabe não é a de que o sonho comande a vida. É que o Estado sob sua ordem comande a vida de todos nós. Quer a sua vida comandada por outros? Vote PNS.

Ricardo Pinheiro Alves

Professor Universitário

Professor universitário de Economia, é representante de Portugal no Fórum Global para a Produtividade da OCDE e Consultor da OCDE na avaliação do Conselho para a Produtividade da República Eslovaca. Foi Diretor Geral do Gabinete de Estudos do Ministério da Economia entre 2014 e 2020 e Subdirector Geral entre 2011 e 2014.

Fonte: ECO Online

 

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