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REFLEXÃO

29-03-2019 - Henrique Pratas

Nós ao alongo da nossa via fazemos várias reflexões sobre a nossa vida consoante a idade em que estamos, umas vezes para ver o que ainda queremos fazer, outras para tomarmos decisões sobre a mesma e por fim uma última esta já numa fase mais avançada da nossa vida, que é o fizemos, o que poderíamos ter feito e se o que fizemos poderia ter sido feito de uma outra maneira.

Nesta última maneira e tendo em consideração a idade que possuímos vamos encontrar muitas coisas que podiam ou deviam ter sido feitas de uma outra forma, mas o que é ainda agora ficarmos a pensar que devíamos ter agido de outra forma, nada.

Passei este fim-de-semana a ouvir “velhas” mas atuais canções do Pedro Barrosos, do Fausto, do Luís Cília e do Patxi Andion e recordo-me que numa das últimas canções que ouvi deste último cantor, existe uma canção que fala numa hora, em que um cão e um lobo se cruzam há mesma hora e que nós Homens não conseguimos distinguir qual é o cão e o lobo.

Pensei seriamente nestas palavras e nas consequências e tudo me fez sentido, nós ao longo da nossa vida a horas diferentes cruzamo-nos com lobos e com cães e não sabemos distinguir quem é quem e por vezes optamos por aquele que nos é menos fiel o lobo.

Rebobinei a minha vida para ver se este meu pensamento batia certo e cheguei há conclusão que as palavras cantadas por Patxi Andion, eram certeiras e definiam o comportamento do ser humano, assim facilmente cheguei há conclusão que me cruzei com alcateias de lobos durante a minha vida que andei com eles ao colo, dei-lhes o que me pediram e como é característica do lobo, abocanharam-me na altura em que já não precisavam de mim, mas o culpado fui eu, porque há mesma hora e no mesmo momento uma matilha de cães solicitaram-me o mesmo ou menos e eu não lhes dei a devida atenção e esqueci-me que estes são muito mais carinhosos e fiéis do que os outros, os lobos.

Se fizerem o mesmo exercício vão reconhecer que na vossa vida se passou o mesmo, andámos a perder tempo com quem na primeira oportunidade nos abocanhou, fomos usados e deitados fora, ou desconsiderados como quiserem, mas esta é a realidade da minha e da vossa vida, nós podíamos ter optado pelo cão, mas não o fizemos porque o lobo com todas as suas características foi muito mais ardiloso e convenceu-nos que eles eram a melhor opção, desprezámos o cão que é companheiro e fiel em todas as circunstâncias.

Mas se existe algum culpado somos nós que apesar de sabermos que as coisas se comportam desta maneira fomos apanhados naquela hora do dia em que o lobo e o cão não se distinguem muito bem um do outro, ou se confundem mesmo, deixando-nos completamente cegos no momento de tomarmos as nossas decisões e a maior parte das vezes, decidimos mal, não em termos imediatos, mas sim em termos de médio e longo prazo.

Ter esta noção é importante porque ainda podemos emendar a nossa mão em decisões futuras, este processo de aprendizagem decorre ao longo da nossa vida se assim não fosse decisões haveriam que não teriam sido tomadas, apesar de erradas, o que não é descabido de todo porque mais vale tomar uma decisão errada do que não decidir nada, porque a primeira poderá ser corrigida a segunda não.

Este foi o pensamento que queria partilhar convosco, em jeito de reflexão e motivado pelos canta autores, que decidi voltar a ouvir no meu fim de semana.

Termino este meu texto deixando-vos uma das letras para uma das suas músicas que Patxi Andion compôs “Palabras”:

“Veinte años de estar juntos esta tarde se han cumplido.

Para ti… flores… perfumes, para mi… algunos libros.

No te he dicho grandes cosas porque… porque no me habrian salido, ya sabes… cosas de viejos… requemor de no haber sido.

Hace tiempo que intentamos abonar nuestro destino.

Tu… tu bajabas la persiana

Yo… yo apuraba mi ultimo vino.

Hoy, en esta noche fria, casi… como ignorando el sabor del la soledad compartida, quise hacerte una cancion para cantar… despacito, como se duerme a los niños.

Y… y ya ves, solo… palabras sobre notas me han salido que al igual que tu y que yo ni se importan … ni se estorban se soportan amistosas, mas… mas no son… no son una cancion.

Que helada que está esta casa…

Sera… sera que esta cerca el rio… o… o es que estamos en invierno y estan llegando… estan llegando los frios”.

Esta canção data de 1971, se quiserem ouvi-la basta acederem a um dos discos do Patxi Andion onde a mesma esteja inserida, por exemplo o da comemoração dos 20 anos de carreira ou no YouTube.

Henrique Pratas

 

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