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Há coisas que doem

25-05-2018 - Henrique Pratas

Dependendo da sensibilidade de cada um de nós há de facto acontecimentos que nos fazem doer e muito, não pelo desaparecimento físico de algumas pessoas mas sim pela razão desaparecer um bocado de nós e desta “maldita” sociedade em que vivemos.

Nesta semana já desapareceram duas PESSOAS, uma que pugnou e lutou pela criação e desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde, entre outras atividades politicas desenvolvidas sem qualquer tipo de interesse próprio, sempre em favor da comunidade ou dos cidadãos portugueses mais desfavorecidos em particular. O outro foi Júlio Pomar, Homem com quem tive o privilégio de privar na Brasileira, quando ele frequentava a Escola Nacional de Belas Artes e eu a Escola Comercial Veiga Beirão. Tanto um como outro foram desconsiderados pelos diferentes regimes o democrático e o não democrático. Do não democrático nós não podíamos esperar outra coisa, mas do democrático outro tipo de comportamento seria de esperar.

Tudo isto é lamentável que só nesta altura é que os media, a televisão e os líderes dos diferentes Partidos Políticos vêm tecer elogios, que coisa mais hipócrita, abjeta e sem qualquer tipo de consideração por aqueles que para fazerem vingar o seu trabalho, tiveram que mover Céus e Montanhas, enquanto vivos, depois do seu falecimento vêm as lamechices, que sociedade é esta que criámos onde não sabemos respeitar os vivos nem os mortos, o que é “isto” que criámos.

Com Júlio Pomar como referi tive o privilégio de privar na Brasileira, assim como o Manuel da Fonseca o Cargaleiro, o David Morão Ferreira a Natália Correia e outra GENTE de fino trato que faz muita falta a esta sociedade, não só pelo trabalho que desenvolveu, mas também pela sua forma de saber ser e estar, estes sim deveriam constituir exemplos para muita gentalha que anda por aqui sem conhecer a razão pelo que o faz.

Ontem acusei o “toque” quando foi anunciado o falecimento já esperado de Júlio Pomar, por vezes queremos tapar o Sol com a Peneira, mas só nos estamos a enganar a nós, este é um dia que irá chegar para todos nós mais tarde ou mais cedo, só que nunca havemos de estar preparado para esta ocorrência.

Ocorre-me escrever este texto pelo facto de ontem me ter doído, fiquei triste, acabrunhado e não tenho ninguém com quem partilhar esta minha tristeza, mas há momentos que certamente quando nos encontrarmos todos na Brasileira, sim porque esta nunca terminará, algures acompanhados por muitas das pessoas que por lá passaram e que valeu a pena conhecer, iremos gozar que nem uns “pretos” e o reencontro será o mais solene possível, sem hipocrisias, nem hipócritas porque não há lugar para eles e de forma livre e espontânea falaremos sobre tudo e sobre nada, sem rodriguinhos ou ideias pré-concebidas ou quaisquer tipo de preconceitos, obediências partidárias, dogmas ou o que quer que seja, decerto não seremos politicamente corretos e falaremos como Homens livres, determinados e com vontade própria como sempre pugnámos em vida. Será um momento indescritível só o poderá desfrutar quem pautou a vida pelos valores que enunciei, os restantes ficarão de fora como sempre ficaram e não é porque nós os afastámos, foi porque eles nunca souberam, não puderam, não quiseram ou foram” impedidos” por razões que a razão desconhece de o poderem fazer.

Este “encontro” será inigualável e não teremos os media a rondar para desvirtualizarem as nossas conversas e virem para a praça pública tentarem vender “papel” ou “imagens”, meus caros não vai haver esta oportunidade, têm que se ir entretendo a escrever o que de pior se passa neste Mundo comum dos mortais, este disse mal daquele, o jogador C vai par o clube D, o politico disse uma barbaridade qualquer, a que ninguém ligou mas que os media se encarregam de colocar na 1ª página em destaque, o Banco E perdoou dividas à entidade A e foi pedir dinheiro ao Estado para que os seus rácios de estabilidade se mantenham como o que é exigido internacionalmente, a Divida Pública, está a crescer, as Exportações decrescem, independentemente de a taxa de desemprego ser a mais baixa desde 2015, considerando apenas os que se encontram inscritos nos Centros de Emprego, de acordo com as informações do organismo oficial para esta matéria, onde são pagos aos seus dirigentes vencimentos e mordomias para fazerem estas afirmações e outras que os diferentes Governos lhes peçam.

Comparem a tipo de conversa e de preocupações e digam-me se aqueles que têm competências adquiridas, reconhecidas e exercidas não são relegados para um segundo ou terceiro plano, enquanto os medíocres são puxados para o exercício de funções para os quais não possuem o mínimo de competências, idoneidade ou o que quer que seja. Tudo isto é estranhíssimo, no mínimo.

Será que a esta sociedade dá oportunidades aos mais competentes e capacitados para o exercício de funções?

Valerá a pena que os nossos filhos estudem e sejam os “melhores”, quer em termos académicos quer em termos de princípios e valores que lhes incutimos, quando à partida, os “suseranos” na nossa vida politica ou empresarial já estão escolhidos à partida?

Existem outros fatores que “escolhem” quem nos “DesGoverna”?

É dado o devido valor e visibilidade a quem demonstra ter competências no desenvolvimento de qualquer atividade na nossa sociedade, seja em que área seja?

Já reparam que andamos todos “ entretidos” com coisas que não fazem nenhum dos sentidos e não nos preocupamos com o que é essencial?

Coloco apenas estas interrogações para que pensem nelas e já agora acrescento-lhes uma outra, é este o tipo de “democracia” que queremos para o nosso País?

Henrique Pratas

 

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