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Países do G20 gastam US$ 88 mil milhões ao ano para subsidiar o desastre climático
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21-11-2014

Governos globais gastam mais que o dobro do que as companhias de energia investem para encontrar novas regiões de petróleo e de gás.

Mesmo tendo prometido em 2009 eliminar os subsídios públicos para a industria de combustível fóssil, os países do G20 negligenciaram essas promessas e estão actualmente gastando US$88 mil milhões por ano em dinheiro de contribuintes para financiar a descoberta de novos depósitos de gás, carvão e petróleo ao redor do mundo, de acordo com um novo relatório publicado terça feira (11-11-2014) pelo Instituto de Desenvolvimento Além Mar e a Oil Change International.

O documento, intitulado "O Resgate de Combustível Fóssil: G20 Subsidia para Exploração de Petróleo, Gás e Carvão", descobriu que essas explorações têm riscos de consequências devastadoras para as economias mundiais e para o aquecimento rápido do planeta. E com $88 mil milhões ao ano, esses estados estão gastando mais que o dobro, para procurar novas regiões para fazer o drill, do que as top 20 companhias privadas de petróleo e gás - com dinheiro de contribuintes.

Enquanto os poços existentes secam, a descoberta de reservas em áreas mais remotas se tornou caro. Em 2013, as top 20 companhias de gás e petróleo mundiais investiram apenas $37 mil milhões em exploração de reservas de petróleo, gás e carvão.

"Os subsídios de exploração dos governos do G20 casam com a má economia com consequências potencialmente desastrosas para a mudança climática," escreve os autores do documento Elizabeth Bast, Shakuntala Makhijani, Sam Pickard e Shelagh Whitley. "De facto, os governos estão sustentando o desenvolvimento das reservas de petróleo, gás e carvão que não podem ser exploradas se o mundo pretende evitar perigosas mudanças climáticas."

Esses países estão criando o que relatório chama de "cenário de perda tripla": investimento em activos de carbono que podem causar efeitos climáticos catastróficos; desvio de fundos para alternativas de energia como solar, hidro e eólica; subestimar perspectivas para um acordo climático efectivo e em larga escala ano que vem.

A escala na qual os países do G20 estão subsidiando a busca por mais gás, óleo e carvão - através de subsídios nacionais, investimentos por estatais e exploração financeira pública - não é consistente com os objectivos acordados sobre a remoção de subsídios para combustível fóssil ou com objectivos climáticos acordados, e é crescentemente não económico," diz o documento.

A promessa de 2009, conhecida como Acordo de Copenhagem, reconhece que qualquer aumento na temperatura global deveria ser abaixo de 2 graus célsius. Mas o acordo foi não vinculativo - e alguns de seus autores, incluindo os EUA, Brasil e China, estão entre os maiores apoiantes financeiros da exploração de combustível fóssil global. Manter o aumento de temperatura global até 2 graus célsius requereria deixar quase dois terços das reservas inexploradas no solo.

"Sem o apoio do governo para exploração e subsídios maiores para os combustíveis fóssil, quantidades do desenvolvimento actual do combustível fóssil seriam não lucrativas," diz o relatório. "Direccionar a finança publica e o gasto publico para um sector que não é económico nem sustentável, representa uma loucura dupla...

Globalmente, subsídios para a produção e uso de combustíveis fóssil foram estimados em $775 mil milhões em 2012."

Os EUA se tornaram o maior produtor de petróleo e gás natural, ultrapassando até Rússia e Arábia Saudita. Gasta mais de $6 mil milhões anualmente em exploração doméstica e internacional, a maioria com deduções de imposto, e o Congresso rejeito todos os planos para repelir essas quebras desde que Obama foi eleito, salienta o relatório.

Mas a administração Obama "também vangloria o boom actual de gás óleo como o centro de sua estratégia energética "Todas as opções acima", a qual foi a maior precursora do aumento dos valores dos subsídios em combustível fóssil," de acordo com o relatório. E algumas das maiores companhias de gás e óleo do mundo, como a Exxon-Mobile, Chevron e BP, "são as que mais se beneficiam com os subsídios da exploração."

O tamanho exacto do apoio público é difícil de confirmar, no entanto, porque subsídios específicos para companhias individuais são considerados "informação confidencial" nos EUA.

De acordo com o relatório, cada dólar de subsídio de energia renovável tem um retorno de $2,5 em investimentos, comparado com $1,3 em retorno de cada dólar em subsídios ao combustível fóssil

"Mesmo com a percepção disseminada que os renováveis custam mais, a nossa pesquisa revela que buscar nas reservas de combustível fóssil esta custando quase $88 mil milhões em subsídios de exploração pelo G20," disse Whitley. "Demolir esses subsídios começaria a criar um nível entre renováveis e combustível fóssil."

Nadia Prupis

Tradução: Isabella Palhares
Fonte: Common Dreams

 

 

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