04-07-2014
O século XXI vai ser mais quente. Os gases de efeito estufa acumulados na atmosfera formam um manto que abafa a Terra. Em consequência, afirmam os cientistas, vem aí um rosário de provações.
O período de 30 anos mais quente do Hemisfério Norte dos últimos 1.400 anos aconteceu entre 1983 e 2013, afirma o 5º. Relatório do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o órgão da ONU encarregado de investigar cientificamente as mudanças climáticas.
O IPCC afirma que o aquecimento da Terra é inequívoco: a atmosfera aqueceu, a neve e o gelo diminuíram, os oceanos estão mais ácidos, o nível do mar subiu e os gases do efeito estufa se adensaram.
O relatório tenta evitar cenários apocalípticos, mas não há dúvida de que a civilização de 7 mil milhões de pessoas a caminho de 9 mil milhões envia para a atmosfera toneladas de gás carbono “antropogénico” (gerado pelo engenho humano), decorrente principalmente da queima de combustíveis fósseis e das emissões originadas por mudanças no uso da terra (como o desflorestação).
A menos que se descubra uma tecnologia capaz de neutralizar os gases de estufa, haverá impactos climáticos por séculos à frente. O desafio climático é inédito, pois requer acções difíceis e coordenadas entre vários países, para lidar com uma ameaça distante, em nome das gerações futuras, sob um manto de perturbadoras incertezas sobre o custo de não agir.