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A educação e sensibilização ambiental: um desafio no presente para um futuro sustentável - considerações finais
Autor: João Torres

09-05-2014

Ao chegar ao final deste trabalho fica-se com a sensação que os desafios para este século são de dimensões sobre humanas. Os problemas Ambientais e a capacidade ou não do Homem conseguir reverter a falta de recursos no futuro é no imediato o grande desafio para que as gerações vindouras possam usufruir de um futuro pleno de sustentabilidade nos três grandes pilares. O Ambiente, a Economia e a Sociedade. Estes pilares definem a Sociedade em que vivemos na nossa “Aldeia Global”. Não somos cidadãos de um País mas sim de um Planeta que não deve e não pode colapsar.

Os problemas ambientais tendem a crescer por todo o mundo, ao mesmo tempo que aumenta o paradoxo entre os países desenvolvidos que acumulam riqueza e os que são privados dessa realidade. É face a estes acontecimentos que se torna imperativo uma actuação por etapas conciliando uma visão global e uma solução local.

Esta solução passa por uma mudança e transformação do mundo que só é possível através do conhecimento, compreensão, escolhas, decisões, compromissos e alianças que o indivíduo toma diariamente.

É neste contexto, que os estabelecimentos de ensino assumem o pilar central na transmissão de conhecimentos e influência na tomada de comportamentos ambientais.

A Educação para a Cidadania Ambiental assume aqui um papel preponderante na aquisição de valores e consciência Ambiental que define as linhas condutoras para um futuro com futuro.

A Educação Ambiental enquadra-se como disciplina obrigatória no programa dos cursos superiores em ensino da educação tecnológica, em ensino da matemática e ciências da natureza, de complemento de formação científica e pedagógica para professores do 1ºciclo do ensino básico e curso de formação contínua em administração autárquica e ambiente. Como exemplo, qualquer estudante da Universidade Aberta que contempla o Ensino à distância pode frequentar esta disciplina como opcional ou efectuá-la em regime de disciplina singular. (Fonte : Actividades Práticas em Ciência e Educação Ambiental, Instituto Piaget).

Ao referir o acima descrito deixo como repto para que esta instituição (Escola Superior Agrária de Santarém), também ela inclua no currículo do Curso de Engenharia do Ambiente uma disciplina de Educação e Sensibilização Ambiental. Como tive oportunidade de referir publicamente, a criação deste curso numa Escola Agrária passou por ser um acto de coragem da responsabilidade de um grupo de docentes que a todos nos devem deixar orgulhosos. Seria com toda a certeza a “cereja em cima do bolo” a inclusão de uma unidade curricular desta índole como fazendo parte deste curso tão bem estruturado.

Ao referir como estudo de caso o exemplo de Almeirim em termos de Projectos de Educação e Sensibilização Ambiental tentei demonstrar a necessidade imperiosa para que se avance na formação e criação de valores ambientais. O exemplo em si revela as dificuldades que se atravessam no caminho de todos os actores intervenientes no processo, quer seja por falta de vontade, de formação, de orçamento ou mesmo de tempo. Algo que urge em ser ultrapassado rapidamente no sentido de se colmatarem falhas, formando públicos com valores de futuro em termos ambientais.

Os jovens de uma forma geral demonstram possuir conhecimentos na área ambiental, mas o desinteresse, o descrédito, conduzem a uma fraca participação no dever cívico da protecção ambiental.

No que diz respeito aos adultos, verifica-se uma contradição; por um lado, um grande interesse na temática ambiental, por outro, a fraca participação na separação dos resíduos sólidos urbanos, quase sempre ligada ao comodismo, embora em muitas situações, haja falta de equipamentos para a realização dessas operações e mesmo défice de informação, nomeadamente em áreas geográficas com uma maior ruralidade.

Contudo, é unanimemente aceite que o caminho apontado para a sustentabilidade passa pela educação formal e informal, enquanto indutora de alterações ao nível das estruturas cognitivas, da consciência e da alteração de comportamentos.

Conciliar ambiente, educação e sustentabilidade implica ter em conta a diversidade cultural, a participação e a cidadania activa. Para isso é necessária a solidariedade entre os homens, como agentes sociais, de modo a fazerem o uso racional dos bens naturais.

A prática pedagógica deve constituir um ponto de partida para a prática da Educação Ambiental, baseado na estruturação de um plano de acção ambiental exequível e organizado, através da articulação com o plano curricular.

A transversalidade da aprendizagem ambiental através dos vários anos de ensino formal ou mesmo através de actividades isoladas poderá ser o mote de sucesso na criação de consciência ambiental.

Considero pelo observado em Almeirim que o facto de não existir um Projecto comum de Educação Ambiental que obrigue a essa transversalidade poderá acarretar atrasos no processo de formação dos vários públicos alvo.

Um plano de educação não resolverá todos os problemas per si. É fundamental uma alteração das políticas no sentindo de promover sistemas económico-sociais mais sustentáveis. Contudo a Agenda 21, no seu capítulo 36 considera o ensino como “a ferramenta mais importante no desenvolvimento dos recursos humanos e no impulsionar da transição para um mundo mais sustentável”, de facto pessoas culturalmente evoluídas tendem a respeitar, naturalmente, o Ambiente.

(continua na próxima edição)

João Torres - Engenheiro do Ambiente

 

 

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