24-04-2014
Pelo que até agora foi exposto é de facto necessária a existência de um planeamento das actividades de Educação Ambiental. A gestão das acções apesar de parecerem muitas vezes aos participantes nas mesmas como algo de espontâneo, auto-gerido até, deve, no entanto, ser muito elaborada e planeada. Uma das formas mais fáceis de se proceder a essa gestão é, sem dúvida, mediante a realização prévia de um Projecto de Educação e Sensibilização Ambiental.
Este projecto de Educação e Sensibilização Ambiental permitirá não só a organização da acção, com a consequente possibilidade de estabelecimento de planos de contingências, mas também o encontro dos parceiros ideais dentro e fora da organização (escola, associação, grupo juvenil,…), e a definição dos apoios necessários à realização do projecto sob a sua melhor forma. Concretamente, para o desenvolvimento da acção de Educação e Sensibilização Ambiental, será necessário o dispêndio de verbas que possibilitem a sua realização, quer sejam materiais de apoio pedagógico, deslocações… Se a acção se desenvolver no âmbito do ensino formal, é premente o envolvimento de outras disciplinas obtendo também o apoio de outros docentes para que assim se permita a troca de horas de aulas possibilitando assim as deslocações. De que melhor forma explicar aos outros o que se pretende fazer do que apresentando-lhes um projecto concreto com objectivos bem definidos como principio de trabalho?
Existem possibilidades de apoios financeiros por parte de entidades públicas e privadas (ao abrigo da Lei do Mecenato) aos níveis, nacional e internacional. Como obter esse mesmo apoio para algo se não se tiver nas mãos um documento suficientemente esclarecedor?
Na maior parte dos casos, as entidades que poderão oferecer apoios, nacional e internacionalmente, possuem formulários próprios para preenchimento a fim de se solicitarem esses mesmos apoios. Na realidade, esses formulários não são senão resumos dos projectos que tenham previamente, ou não, sido elaborados. (Fonte: CARAPETO, Cristina [et.al.] – Educação Ambiental. 1ª ed. Lisboa: Universidade Aberta, 2001. ISBN 972–674–255–2).
A avaliação das Acções de Educação e Sensibilização Ambiental
Existe, habitualmente, alguma confusão relativamente às formas de avaliação, sobretudo quando as actividades de Educação e Sensibilização Ambiental são enquadradas no ensino formal.
De todas as tarefas de um educador, talvez a avaliação seja a mais difícil.
Reconhecem-se as limitações e a complexidade do processo de avaliação, principalmente tratando-se de Educação Ambiental, pois, como objectivamos a mudança de atitudes e hábitos/comportamentos, como conhecer as repercussões causadas por uma actividade e/ou projecto de Educação Ambiental? Como avaliar se precisamos melhorar/retomar as actividades propostas? Como decidir que tipo de instrumentos e/ou situações podem ser mais adequados para obtermos informações relevantes sobre a pertinência de uma actividade? Todas essas questões e outras mais, certamente, surgem ao longo do processo do desenvolvimento das actividades de Educação Ambiental.
É difícil aferir concretamente se os resultados finais foram positivos ou não. Na maior parte dos casos os indicadores de avaliação que se utilizam não são reais já que se fundamentam geralmente em relatórios, em inquéritos… Nessas situações, na realidade, avalia-se muitas vezes a quantidade e a qualidade do trabalho desenvolvido durante a acção, ou a mudança de atitudes após a acção, ou mesmo a intenção de mudanças de atitudes após essa mesma acção. O ideal, dificilmente atingível, seria poder-se avaliar se a intenção de mudança de atitudes foi efectivamente concretizada, ou se a atingida foi duradoura.
João Torres, Engenheiro do Ambiente