21-03-2014
A Freguesia de Almeirim tal como já tive oportunidade de o dizer mais atrás neste trabalho possui características menos rurais do que a outra, também em análise (Freguesia de Fazendas de Almeirim/Agrupamento de Escolas de Fazendas de Almeirim). Não acredito que por tal facto seja necessária, neste campo, a diferenciação no género de abordagem quer a uma comunidade quer a outra. Acredito, sim, na transversalidade de processos de abordagem dos vários temas que sustentam a Educação e Sensibilização Ambiental.
Durante a pesquisa que efectuei na Freguesia de Almeirim e no Agrupamento de escolas envolvido, questionei sobre se o objectivo primário e único do envolvimento das escolas no projecto se prendia com a atribuição e consequente conquista por parte das escolas envolvidas, da bandeira verde e se tudo iria terminar aquando dessa mesma conquista. Foi-me retorquido que não. O processo seria de continuidade.
Acredito que a Educação e Sensibilização Ambiental é um processo contínuo de aprendizagem. Essa aprendizagem, a meu ver, poderia e deveria ser transversal a todas as gerações, embora se verifique que de uma forma geral, apresenta uma maior incidência e dedicação em grupos etários mais jovens.
A apetência por parte de uma criança de 1º, 2º, 3º ou mesmo 4ºano em apreender os conhecimentos e normas emanadas da ESA é superior à de um adulto.
No entanto ao longo do tempo e aqui revelo parte da minha experiência em termos de actividades de Educação e Sensibilização Ambiental para adultos, muitos projectos têm surgido. Como exemplo enumero o projecto “Ambiente Sempre Jovem” que durante alguns anos (1999 a 2002) decorreu na Câmara Municipal de Lisboa na Direcção Municipal de Ambiente e Espaços Verdes que serviu de mote para que a comunidade mais adulta se envolvesse com este género de acções. Mais do que um projecto de Educação e Sensibilização Ambiental foi também, ele mesmo, um promotor de bem-estar social.
A integração de crianças e idosos (avós e netos) neste tipo de acções induziu de certa forma os seus frutos, embora enfrentando dificuldades várias de interligação entre os diferentes públicos.
Aqui surgiu a habilidade de técnicos e promotores que sempre souberam de certa forma atingir os objectivos a que se propunham, entre os quais o envolvimento da população idosa, na correcta separação de resíduos desde casa até ao ecoponto.
Hoje em dia e como podemos constatar através de acções, que um pouco por todo o País têm surgido tal como é o caso da Câmara Municipal da Maia, que de certa forma se apresenta como uma entidade pioneira e de referência na área da Educação e Sensibilização Ambiental. Possui no “Complexo de Educação Ambiental” da Quinta da Gruta o espaço físico onde se situa o sector de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, a partir do qual se concebe e implementa anualmente o Plano de Educação Ambiental.
Aqui surgem além de Programas Escolares, Programas para Famílias e Projectos de Outras Entidades e um Programa Sénior. Este último é constituído por um conjunto de actividades que promovem a participação activa da comunidade sénior nas actividades de educação ambiental, nas quais, os idosos podem conviver, transmitir saberes e realizar novas experiências, combatendo o isolamento social.
(Fonte: http://ambiente.maiadigital.pt/educacao-ambiental)
Como foi referido anteriormente, a criança, per si, acaba por ser a classe etária com maiores solicitações nesta área, quer seja através da Escola ou mesmo por Projectos de tempos livres.
No entanto será importante referir que o adulto poderá ter essa mesma apetência se para tal for motivada a sua participação. O modelo necessário para motivar e envolver adultos terá que ser diferente do modelo necessário para envolver as crianças. A criança em si encontra-se naturalmente motivada para apreender novos conceitos e definições que no futuro lhe proporcionarão hábitos. Já o adulto e o idoso envolve-se com as novas situações de maneira mais céptica já que encerra em si hábitos bastante instalados.
(Continua na próxima edição)
João Torres
Engenheiro do Ambiente
