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Entrevista a Catarina Gonçalves

23-06-2017 - N.A.

Workshop de Artes Performativas para crianças e jovens

Catarina Gonçalves é uma atriz que já fez um pouco de tudo no que diz respeito à representação. Em televisão, deu os primeiros passos nas séries Ana e os 7 e Morangos com Açúcar decorria o ano de 2003. Em 2005 estreia-se no teatro com a peça E Sexo? Não se Fala de Sexo?, de Isabel Stilwell, e nunca mais parou. A sua voz pode ser ainda ouvida em diversos spots publicitários para rádio, televisão, cinema e internet. Nos últimos anos tem tido a seu cargo a direcção de actores dos cursos da Oficinas Teatro Lisboa, na Casa do Artista. E é no âmbito destas oficinas que, durante a última semana de junho e todo o mês de julho, dá o workshop de artes performativas para crianças e jovens num local privilegiado: a Tapada da Ajuda. Falámos com a Catarina para que desvendasse um pouco mais destas oficinas de verão.

Por entre os teus projetos como atriz, como chegaste ao mundo da formação de crianças e jovens?
A passagem para a formação artística de crianças e jovens foi gradual e amadurecida. Em 2008, eu e o João Rosa, começamos a desenhar programas de formação artística, nos quais, comtemplamos a formação para crianças e adolescentes. O  Workshop  de Artes Performativas para Crianças e Jovens desenvolve-se num período em que esta camada não tem as obrigações académicas podendo dedicar uma semana intensiva à descoberta e prática teatral. A duração definida para este  workshop , 45 horas de trabalho semanal, permite-nos abordar várias componentes, como voz, corpo, interpretação do texto, criação de personagem e dança, elementos que farão parte de uma performance teatral que será apresentada a pais familiares e amigos sempre no último dia destas semanas de aventura Teatral. A Oficinas Teatro Lisboa é, além de uma estrutura de formação, uma produtora de teatro, o que desde há muito nos deparou com a dificuldade de aproximar o teatro do público. Uma das formas que julgamos ser o caminho para aproximação às artes cénicas foi a formação artística juvenil. Não imagino forma melhor de estimular curiosidade num adolescente senão conquistá-lo para a prática teatral. Assim, em 2009 nasceu este projeto, que se iniciou numa tenda de Circo, passou pelo Teatro da Luz, pelo Palácio da Independência, pelo Museu da Água e mantemo-nos Tapada da Ajuda há cinco anos. 
 
O que te agrada mais em trabalhar com essas idades?
A sua energia e liberdade criativa, mas sobretudo o facto de serem muito novos, ou seja, pouco formatados pela sociedade. Enquanto um adulto traz consigo toda a sua experiência de vida, preconceitos e julgamentos, a criança e o jovem têm uma visão do mundo em construção que é mutante, permitindo-os a novos pontos de vista e caminhos para a criação. Claro que a transmissão de técnicas, o trabalho de voz e corpo são o motor e o estímulo do trabalho que atinge o seu auge na realização de um trabalho interessante e surpreendente para os pais.
 
Este verão, vais estar a dar  workshops de artes performativas a miúdos dos 6 aos 16 anos. O que é que eles podem esperar dessa formação?
Irão contactar com novas experiências, encontrarão apetências artísticas, noções teóricas e práticas das artes performativas, criação de dramaturgia (texto dramático) e claro, uma apresentação/ performance  teatral. Iremos usar espaços não convencionais para estímulo da criatividade, sairmos do auditório onde desenvolvemos a prática teatral e ir à descoberta da tapada. No que respeita às aulas, baseiam-se na interação entre todos os participantes, partindo de algumas estratégias que potenciam o desenvolvimento pessoal. Trabalha-se a voz falada, a respiração, a expressão das emoções e sensações e o desenvolvimento interpessoal, explorando a distinção entre o meu corpo e o do outro, percecionando as emoções dos outros e através do envolvimento e confiança no grupo. 

Os  workshops têm lugar na Tapada da Ajuda. Como surgiu a ideia de utilizarem um espaço tão pouco convencional?
O projeto nasceu com o mote de levar o Teatro/Arte para todo o lado e não somente numa sala de teatro convencional, onde se desenvolve o “teatro”. A ideia é usar espaços não convencionais para estímulo da criatividade e a criação de  performances  relacionadas com o espaço em si, a sua história, mitos e hábitos. A Tapada da Ajuda oferece a enorme valia de podermos explorar todo o seu exterior, já que proporciona a experiência do campo dentro da cidade, miradouros com uma vista privilegiada sobre a cidade e o rio, os parque para os lanches ao ar livre, os maravilhosos jardins da Tapada com espécies só existentes ali, um anfiteatro de pedra no qual podemos relaxar ou experienciar a projeção vocal naquela acústica, o contacto com os cavalos - sim, também há cavalos na Tapada -, no fundo toda a vegetação envolvente do parque nos faz esquecer que estamos dentro da cidade. Não há dúvida que perante tudo isto podem seguramente esperar uma semana inesquecível.
 
Para terminar, porque é que os pais devem inscrever os filhos nestes  workshops?
Bem, além de tudo o que referi acerca das semanas, será uma forma de ocupação dos filhos educativa e de aproximação à arte. Será útil para dificuldades que denotem, como inibição na exposição, no uso da voz perante um grupo. Em suma, pais que pretendam proporcionar aos seus filhos uma experiência que mais tarde poderá dar os seus frutos no desenvolvimento emocional e intelectual da criança ou jovem. 

[por Ana Rita Vaz ]

WORKSHOP ARTES PERFORMATIVAS PARA CRIANÇAS E JOVENS 2017

26 a 30 jun, 3 a 7 jul, 10 a 14 jul, 17 a 21 jul e 24 a 28 jul/17

6-16 anos

Instituto Superior de Agronomia

Tapada da Ajuda

1349-017 Lisboa

 

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