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Pedro Barroso - O GRANDE “TROVADOR DE ABRIL” VAI SER HOMENAGEADO

19-05-2017 - Eduardo Costa

Pois é! Desta vez fez-se atempadamente justiça e a excepção tornou-se regra.

Num País injusto de poetas, artistas e trovadores, que apenas são lembrados quando se vão da lei da morte libertando; desta vez a SPA – Sociedade Portuguesa de Autores, lembrou-se atempadamente do grande ribatejano riachense PEDRO BARROSO.

Com efeito, a SPA decidiu atribuir a Pedro Barroso, na próxima 2ª feira 22 de Maio “Dia do Autor”, a Medalha de Honra de Carreira, “… como forma de reconhecimento da sua actividade como autor e pelo exemplo e estímulo que ele representa para a comunidade de autores portugueses…”.

Perdoa-me Pedro, estas singelas palavras de apreço de alguém que, por (de)formação militar e pessoal é pragmático de atitudes e, porventura, demasiado frontal, claro preciso e conciso nas palavras e, ainda assim, aceitou o desafio de arriscar tecer algumas palavras desenhadas sobre ti, uma pessoa que transpira arte e inspiração por todos os poros e cujas palavras saltam da tua “pena” em catadupa, como se de simples e pura poesia se tratasse.

Conhecemo-nos há poucos anos, quando ambos - pobres idealistas de “Abril” – caímos no logro de aceitarmos tomar parte activa num projecto político que julgávamos diferente (assim como todo o “Dream Team” ribatejano), mas rapidamente corrigimos o erro, saindo em bloco.

Facilmente reparei que, apesar da grave doença que debelaste e já à data te minava, eras uma força da natureza e um portento de vigor e talento, quer quando usavas a palavra como arma, quer quando compunhas e cantavas, ou mesmo pintavas, desenhavas e esculpias (facetas menos conhecidas).

E a amizade solidificou-se, cheia de pequenos grandes momentos que falam por si. Lembraste quando na campanha eleitoral para as Legislativas, a meio do teu acalorado improviso te viraste para mim e disseste “Oh Eduardo, onde estão os cravos vermelhos para distribuir?” e eu reagi dizendo “… isto de se ter um coronel como “impedido” não é para qualquer um…”?

E quando, depois de teres sido operado, abres os olhos já nos Cuidados Intensivos e dizes “Olá estas aí?”, quando querias dizer “Olha-me esta melga aqui!” e eu reagi com um banal “Olá como estás?”, quando pensava “… preferias a “Menina dos Olhos de Água”, mas tens de te aguentar comigo…”.

Amigos leitores, lamento desiludir-vos mas como já pressentiram, não vou falar da vida e obra dele, para isso basta irem à Wikipédia e constatarem a dimensão deste homem.

Apenas vou abrir um parêntesis, para aflorar uma falha grave que lá constatei - a tua veia de Artista Plástico - pois o António Pedro da Silva Chora Barroso, conhecido em Portugal e estrangeiro como Maestro Pedro Barroso, também é Pedro Chora, o artista que pinta, desenha e esculpe, essencialmente como hobby, mas com a mesma naturalidade e veia artística, com que junta música às palavras e nos (en)canta há décadas.

É particularmente reconfortante, vê-lo feliz entre amigos, em alegre cavaqueira degustando um “cozido” e, quase no final, à medida dos diálogos, puxar da “permanente” ou outra caneta à mão, vê-lo então quase despercebidamente desenhar em traços simples, a imagem de uma mulher ou de um de nós, num pedaço de toalha de papel, por vezes ainda retocada em tons de café da sua chávena.

Nem eu me esquivei à tua arte… Lembraste-te? Quando na esplanada das Portas do Sol, me desenhaste despercebidamente nas costas do ticket da conta, enquanto conversávamos e saboreávamos ambiente?

Mas não se julgue que a manifestação desta sua arte se fica por aqui… Pois tem já uma imensa obra exposta em “Mostras Colectivas” e em galerias de arte. Apenas mais um ponto marcante da sua diversificada carreira de comunicador e artista multifacetado, já que as suas facetas de professor de educação física ao longo de mais de 2 décadas e de diplomado em Psicologia Comportamental, com trabalhos na área da saúde mental e musicoterapia, bem como neste campo, o seu pioneirismo no ensino de crianças surdas-mudas numa escola de ensino especial, deixo á curiosidade e á descoberta do leitor.

E pronto! É assim o nosso Pedro “O Grande” (também na envergadura) …. Uma alma artística imensa, uma voz de trovão numa força da natureza, mas com um coração de mel… Mas bem maior que o outro Pedro que existiu na “Mãe-Rússia”.

NOTA DA REDAÇÃO: O Noticias de Almeirim aproveita para endereçar ao nosso colaborador e amigo as mais cordiais felicitações pela justíssima honra agora recebida da Sociedade Portuguesa de Autores.

 

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