Este ditado bem português muito citado mas pouco praticado, na nossa sociedade temos muitos exemplos disso, o último ocorreu nas pedreiras de Borba, há 4 anos, sim 4 anos que os técnicos que sabem da matéria tinham avisado que a estrada não reunia as condições de segurança necessárias e suficientes para dar garantia aos trabalhadores e a todos que por lá passavam. Como sabem este tipo de indústria trabalha com maquinaria pesada e a matéria-prima não é menos pesada do que esta, ora para que se trabalho em condições de segurança não se pode facilitar. Aliás nós em Portugal temos uma Autoridade para as Condições de Trabalho que supostamente deveria avaliar as condições em que os nossos trabalhadores estão a exercer as suas funções, cumprindo o normativo aplicável a cada situação. Porque é que não se tomaram as medidas necessárias para que este episódio não ocorresse, quem souber que responda, para mim é o deixa andar, se acontecer alguma coisa não há de ser grave se não acontecer não temos custos acrescidos.
Que eu tenha conhecimento a atividade deste organismo não se faz notar, nem muito nem pouco, nós não temos de conhecimento das atividades que desenvolvem e das atividades que são suspensas por não reunirem a segurança e as condições de trabalho necessárias para que um trabalhador possa exercer as suas funções.
Vou recuar no tempo até aos anos 80, e nessa altura na empresa em que trabalhava investia-se muito em criar boas condições de trabalho e na segurança, dotando os trabalhadores de equipamento adequado ao exercício das suas funções, passado este tempo todo e basta olhar para um simples obra vimos coisas que não lembram ao diabo, vimos trabalhadores a desempenhar as suas funções sem o mínimo de condições, foi neste sentido que a nossa entrada para a União Europeia fez de nós um País mais evoluído ou antes pelo contrário regredimos?
Esta Autoridade nas obras que são realizadas em edifícios do Estado nem sequer mete a colher porque, o Estado pode fazer tudo e não se lhe pode atribuir responsabilidades, nem a Delegação de Saúde pode intervir quanto mais.
Pois é meus caros, como costumamos dizer “depois de casa roubada trancas na porta”, tudo isto seria evitável se se tivesse mais cuidado com a segurança e as condições de trabalho, mas não isto anda tudo à rédea solta e toda a gente faz o que quer onde quer, a não ser aqueles que seja alvo de alguma atitude persecutória, esses se colocarem o pé em ramo verde estão logo à pega com eles, temos dois pesos e duas medidas de facto, já não tínhamos dúvidas disso.
Infelizmente tem-se conhecimento do falecimento de dois trabalhadores da pedreira, mas para os Governantes independentemente das lamentações e das lamúrias que nestas alturas são prática comum, não deixam de ser dois simples trabalhadores, cujas famílias ficaram completamente destroçadas, a que os media não darão a devida importância porque são trabalhadores e a única que tinham para “vender”, a sua força de trabalho, foi-lhes retirada, mas outros se hão de arranjar e é assim que neste País se viu e vê a importância das pessoas.
Henrique Pratas
