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Uma linha circular no metro em Lisboa? “Era o passo a dar antes de todos os outros”

11-01-2019 - Cristiana Faria Moreira

Está lançado o concurso público para a construção do prolongamento do metro de Lisboa entre o Rato e o Cais do Sodré, que contempla ainda a criação de duas novas estações na Estrela e em Santos. São esperados mais nove milhões de passageiros por ano.

O ponto de encontro era a estação Baixa-Chiado, ali junto à estátua de Fernando Pessoa e à Brasileira. Era preciso apanhar o metro até ao Alto dos Moinhos, juntamente com o primeiro-ministro, o ministro do Ambiente e o presidente da Câmara de Lisboa, para assistir ao lançamento do concurso público para a construção das duas novas estações — Estrela e Santos — que o Metro de Lisboa, se tudo correr como o previsto, terá em 2023, fazendo da linha verde um anel e reduzindo a amarela ao troço Telheiras-Odivelas.

E uma coisa rara aconteceu, todas as escadas rolantes para se descer para a estação estavam a funcionar já depois de, na segunda-feira, ter ficado concluída a sua “primeira fase de modernização”. Na plataforma, aconteceu o que qualquer utente mais deseja: chegar ao mesmo tempo que o metro, assim, sem ter de esperar um segundo.

É precisamente para melhorar os tempos de espera de quem se desloca no centro da cidade, assim como o acesso a quem vem de fora, que se ligará o Rato ao Cais do Sodré, formando esta linha circular, acreditam os governantes.

Concluídos os trabalhos, que implicam a construção de um túnel com 1956 metros, será possível viajar entre o Cais do Sodré e o eixo central da capital sem necessidade de transbordo. E essa é para os governantes a grande mais-valia do projecto. Não é um mero prolongamento da rede de metro, mas sim um “investimento” que é “a base para toda a expansão da rede do metro”. “Era o passo a dar antes de todos os outros. Não fazia sentido expandir para a periferia sem robustecer o centro da cidade”, considerou o primeiro-ministro, António Costa, durante a sessão pública de abertura do concurso.

“Este é o investimento que melhor estrutura a rede do metro para o curto e longo prazo em conjugação com outros modos de transporte”, acrescentou, por sua vez, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, que tutela os transportes urbanos.

A mesma ideia foi também reforçada pelo presidente da câmara, Fernando Medina. “Não é uma decisão qualquer em termos de expansão. A opção pela linha circular vem estabilizar o mais poderoso instrumento de mobilidade de Lisboa, a partir do qual tudo será possível realizar”, disse o autarca. Refuta assim as vozes que criticam que a primeira expansão do metro em mais de dez anos vá privilegiar a mobilidade no centro da cidade, deixando de fora outras zonas da cidade que não têm tantas opções de transporte público como o centro.

Os trabalhos deverão ficar concluídos em 2023, apesar de o primeiro-ministro não se querer comprometer com esta data porque basta haver algum contratempo para que os prazos derrapem. O próprio presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, admitiu, numa entrevista ao PÚBLICO em Novembro, que as obras pudessem estar apenas concluídas em 2024.

O projecto de expansão deverá custar 210 milhões de euros, contando com três fontes de financiamento: 83 milhões comparticipados pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), uma parte pelo Fundo Ambiental e outra com recursos próprios do Metropolitano, através da venda de um terreno em Sete Rios. E deverá pôr a viajar de metro mais nove milhões de passageiros por ano.

Para o autarca de Lisboa, esta opção “não compromete” outros projectos, como a expansão da linha vermelha de São Sebastião até Alcântara   ou a expansão ,,da amarela até ao Colégio Militar. Matos Fernandes pôs mesmo nas mãos da câmara a decisão sobre os futuros prolongamentos da rede: “Será a Câmara de Lisboa a definir se pretende priorizar a expansão para Alcântara em relação a outra”,  

Se este anel que será criado é apontado pelos governantes como uma opção que beneficia quem vem de fora da cidade, tanto de Oeiras ou Cascais, como da outra margem de barco, também é certo que, antes da obra pronta, a capital vai ter de viver com desvios de tráfego rodoviário e também da Linha de Cascais, estaleiros a céu aberto e emissões de ruído e vibrações para a escavação do túnel e das estações.

O estudo de impacto ambiental (EIA), que analisa o impacto da obra, admite ainda que possam vir a existir “danos ou eventuais colapsos” em troços do aqueduto e do chafariz da Esperança, que têm de ser “recuperados no final dos trabalhos”. O próprio jardim da Estrela é visto como uma zona sensível. 

Quanto a tempos, o EIA refere que a nova linha circular verde terá um tempo de espera entre composições de 3 minutos e 50 segundos, inferior aos actuais 5 minutos e 35 segundos. No entanto, os utentes da actual linha amarela a norte do Campo Grande, que serão obrigados a mudar de linha para poderem prosseguir viagem para o centro, verão um aumento do tempo de espera dos actuais 4 minutos para os 4 minutos e 15 segundos. 

A semana ainda vai a meio e o Governo já fez três anúncios em matéria de obras públicas:   o lançamento do concurso público para a compra de 22 automotoras para serviço regional da CP, o novo aeroporto do Montijo e a expansão do metro. António Costa nega que tenha arrancado já a campanha eleitoral, admitindo ser hoje “possível o investimento público que era essencial”. 

Fonte: Publico.pt

 

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