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Casas estão mais caras em todo o país, grandes subidas chegam às periferias

22-06-2018 - Lucilia Tiago

Em 80% dos 278 concelhos analisados pelo índice da Confidencial Imobiliário a subida ultrapassa os 10% no primeiro trimestre deste ano.

Para quem investe em imobiliário, Portugal já não é só Lisboa e Algarve e o resto é paisagem. A subida do preço das casas, nos primeiros três meses deste ano, fez-se sentir em todos os concelhos do continente sem exceção, com Odivelas, Leiria ou Oeiras a juntarem-se aos que mais valorizaram. É o segundo trimestre consecutivo de valorização geral, mas a ordem de grandeza do agravamento dos preços mostra que as zonas que chamam a atenção de quem quer comprar casa estão a diversificar-se. E está a chegar à periferia das grandes cidades.

Os dados reunidos pela Confidencial Imobiliário, com base no índice de preços residenciais, mostram que Cascais e Lisboa se mantêm como os dois concelhos onde o preço das casas teve a maior subida homóloga, tanto no final de 2017 como na entrada de 2018. Mas mostram também que, enquanto no último trimestre do ano passado apenas estes dois concelhos e o Algarve "cabiam" no top 15 das maiores valorizações, agora o Algarve cedeu terreno a outras geografias (ver infografia).

A entrada do Porto neste top é explicada sobretudo pelo facto de a subida dos preços das casas ter começado a alargar-se para outras zonas da cidade que não apenas o centro histórico - neste, há vários trimestres que se registam valorizações expressivas.

Esta diversificação geográfica não começou neste ano, mas está a acentuar-se e justifica-se em grande parte pelo facto de se estar a assistir a uma retoma da procura interna por habitação "tradicional". "Até 2017, a procura de imóveis foi muito motivada pelo mercado turístico ou pelos ativos de luxo por parte dos investidores", assinala Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário. Esta dinâmica ajudou a que as valorizações deixassem de estar concentradas nos centros históricos. A influenciar a atual trajetória de preços está também a retoma do crédito à habitação e o aumento da procura de casas de habitação por parte das famílias.

"A grande mudança estrutural está no facto de começarem a surgir concelhos mais periféricos, adianta Ricardo Guimarães, que vê aqui uma lógica que deixa de apostar apenas nos mercados mais turísticos e se vira para a habitação dita tradicional. "Há geografias que começam a ter visibilidade para quem quer comprar casa, seja para a habitar seja para a arrendar."

É isto que explica que entre os concelhos com maiores valorizações surjam zonas que não são dominadas pela procura para fins turísticos, como Vila Nova de Famalicão ou Odivelas, por exemplo.

Os dados, além de mostrarem a tendência de valorização generalizada, revelam também que a subida foi mais expressiva. No último trimestre de 2017 o índice Confidencial Imobiliário assinalou valorizações homólogas entre 0,5% e 20% nos 278 concelhos de Portugal continental para os quais estão disponíveis dados com relevância estatística. Mas nos primeiro três meses deste ano as taxas de crescimento homólogo oscilaram entre 3% e 35% e subiu para 80% o número de concelhos com aumento médio nos preços das casas a superar 10%.

Ainda assim, a comparação com os valores de 2007, ano em que o crédito começou a apertar e os preços a cair, mostra que a valorização do mercado tem ainda caminho a percorrer. É certo que em algumas zonas os preços já superam os patamares de antes da crise, mas esta não é ainda a realidade de todo o país. De acordo com os dados da Confidencial Imobiliário, em 91% dos concelhos os preços ainda se mantém abaixo dos níveis pré-crise. Restam, por isso, 25 com uma evolução positiva face a 2007.

Nesta lista, Lisboa e Cascais mostram que deram claramente a volta à crise, com valorizações da ordem dos 50,5% e 39,6%, respetivamente. Loulé, Odivelas e Oeiras estão também neste campeonato, sendo ainda acompanhados por Sesimbra, Monchique, Vila do Bispo ou Faro. No Porto, apesar das subidas de preços (inicialmente muito puxadas pelo centro histórico e agora também já suportadas por outras zonas da cidade), os valores estão ainda negativos (-2,2%).

"Se tivermos em conta a média de preços, estes continuam abaixo de 2007", precisa Ricardo Guimarães, acrescentando que há, no entanto, zonas onde as casas "subiram para patamares de valores" fora do alcance das famílias portuguesas.

Fonte: DN

 

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