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Marisa: “Temos um ano para impedir a prospeção de petróleo”

11-08-2017 - Esquerda.net

Num comício de verão do Bloco de Esquerda em Vila Nova de Milfontes, a eurodeputada Marisa Matias aproveitou o momento com os candidatos bloquistas à autarquia de Odemira para dizer “não ao furo e sim ao futuro”.

Marisa Matias fez questão de sublinhar que as populações do concelho de Odemira e da costa vicentina têm apenas um ano “para impedir que se comece a fazer prospeção, para impedir que se comece a fazer testes, para impedir que se faça a extração de petróleo”.

O presidente executivo da Galp anunciou, em julho, que tem tudo preparado para iniciar os testes de prospeção de gás e petróleo ao largo da costa alentejana, adiados para o ano de 2018. Para Marisa Matias há que repensar “o desenvolvimento sempre de uma forma sustentável sob pena de não conseguirmos garantir o futuro dos nossos filhos e das gerações que aí vêm”. Referiu ainda que “há uma ganância enorme de explorar esses recursos aqui da costa vicentina, embora pareça que está tudo em águas de bacalhau”.

Para a eurodeputada a lógica de empresas como a Galp não é fazer riqueza para as populações, mas sim garantir “negócio com tudo aquilo que são os nossos recursos naturais mais preciosos”.

“Não nos podemos enganar a extração de petróleo não nos vai trazer nenhuma riqueza, vai destruir-nos o meio ambiente, vai destruir-nos a sustentabilidade do nosso futuro”, salientou, acrescentando que este é um assunto que diz respeito a todo o país.

A eurodeputada apelou aos presentes para que se mobilizem para a concentração que está marcada para a tarde do dia 12 de Agosto, na praia de Odeceixe, organizada pelas associações ambientalistas.

“Para que não haja a perfuração, para que não haja furo, porque nós queremos futuro e em vez de furo, optamos pelo futuro”, afirmou Marisa Matias, no final da sua intervenção.

Odemira como concelho modelo na utilização de energias alternativas

Ana Loureiro, cabeça de lista à Câmara de Odemira traçou as prioridades dos bloquistas para este concelho da costa vicentina. A candidata referiu que o que a mobilizou a candidatar-se com o Bloco foi “sobretudo os mais desfavorecidos e excluídos socialmente como os idosos”. Após ter visitado várias infraestruturas de acolhimento de idosos a candidata afirmou estar “bastante preocupada”, pois das visitas regulares que tem feito “apenas num que eu visitei, os idosos tinham um ar contente e satisfeito”.

Ana Loureiro acrescentou ainda que conhece bem os problemas de Odemira, “dos mais antigos aos mais recentes, em particular, os novos desafios de integrar corretamente as populações migrantes do concelho”.

Aproveitou para reafirmar o compromisso do Bloco na luta “contra as assimetrias entre o interior e o litoral e garantir um desenvolvimento equilibrado”.

“Temos de proteger os recursos naturais como a água que deve voltar a ser do domínio público e impedir a exploração e prospeção de petróleo e gás no litoral”, salientou ainda a candidata.

Ana Loureiro quer que o Bloco na câmara possa criar condições para que Odemira seja um concelho modelo na “utilização de energias alternativas”.

Terminou dizendo que é essencial apostar num desenvolvimento económico assente nas “boas praticas da agroecologia e num turismo de qualidade vinculado à natureza”.

Combate à prospeção tem a marca do ativismo do Bloco

Ventura Ramalho também apresentou as propostas do Bloco de Esquerda para a junta de freguesia de Vila Nova de Milfontes, órgão para o qual se candidata como cabeça de lista.

O candidato à junta de Milfontes afirmou que os bloquistas serão “certamente vozes incómodas e reivindicativas junto do poder local e do poder central” e que vão assumir todas as responsabilidades quer como executivo, quer como oposição.

Ventura Ramallho afirmou que o combate à exploração do petróleo na costa alentejana tem “a marca do ativismo do Bloco” e recordou que, em Fevereiro de 2016, foi o deputado municipal bloquista, Pedro Gonçalves, que alertou para os planos das petrolíferas com os testes de prospecção ao largo da costa de Milfontes. “Quando falamos em prospeção de gás e petróleo, toda a gente ficou a olhar para ele com cara de como quem diz, o que é que ele está ali a falar”, lembrou.

“Rapidamente foram estudar o caso e o próprio executivo municipal teve de vir a terreno marcar posição e o caso segue agora nos tribunais” disse. Ventura Ramalho finalizou dizendo que “esta é uma luta que ainda não está ganha, mas que aqui, no concelho de Odemira é, entre outras bandeiras, a que o Bloco de Esquerda transporta com muito orgulho”.

 

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