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Erdogan adverte para riscos de crise humanitária em caso de ataque a Idlib

14-09-2018 - Graça Andrade Ramos

Depois do fracasso da sua tentativa para garantir um cessar-fogo em Idlib, na terceira cimeira com os seus homólogos russo e iraniano, na semana passada, o Presidente turco, Reccep Tayyip Edogan, volta-se para a comunidade internacional.

Numa entrevista ao jornal Wall Street, publicada esta terça-feira, Erdogan é Peremptório.

Um ataque em larga escala por parte de Damasco, contra os grupos armados e jihadistas entrincheirados em Idlib, representa um risco de segurança humanitária, não só para a Turquia e para a Europa, mas para todo o planeta, afirma.

"O mundo inteiro irá pagar o preço", resume o presidente turco, apelando à ação.

"Todos os membros da comunidade internacional devem compreender as suas responsabilidades quando se prepara o assalto a Idlib. As consequências da inação são imensas", afirma Erdogan.

"Um assalto do regime [sírio] irá criar um grave risco humanitário e de segurança para a Turquia, a Europa e mais além", garante o Presidente.

Solução política

A província de Idlib fica no nordeste da Síria e faz fronteira com a Turquia. Tornou-se o derradeiro bastião da resistência armada ao Governo do Presidente sírio Bashar al-Assad, depois das vitórias síras em Alepo e nos arredores de Damasco.

A ofensiva em Idlib poderá ser decisiva para a vitória de Bashar al-Assad após oito anos de guerra.

Ancara apoia a resistência armada a Assad, fechando os olhos à passagem de combatentes jihadistas nas suas fronteiras e ao contrabando de armas, de combustível e de outros abastecimentos. Nos últimos meses, entrou com as suas próprias tropas na região norte da Síria, tendo estabelecido 12 postos de observação em Idlib.

Na declaração final da cimeira de sexta-feira passada, em Teerão, os Presidentes russo, iraniano e turco concordaram que a solução do conflito não pode ser militar mas política, obtida através de um processo negocial.

A proposta de tréguas pretendida por Erdogan esbarrou contudo nos argumentos russo e iraniano.

O Presidente Vladimir Putin, considerou-a inútil, já que não iria aceitar que o cessar-fogo abrangesse os militantes islamitas, que Moscovo considera terroristas. Já o Presidente Hassan Rouhani, manteve que o Governo sírio deve recuperar o controlo de todo o seu território.

Esta terça-feira, Erdogan sublinhou por isso que Moscovo e Teerão são responsáveis diretos por evitar um desastre humanitário e afirmou que a comunidade internacional "tem de apoiar em peso uma solução política".

Resposta a ataques químicos

Nos últimos dias, responsáveis norte-americanos afirmaram ter indícios de que as forças sírias se preparam para utilizar armas químicas antes de assalto a Idlib.

Já esta segunda-feira, o conselheiro para a segurança da Administração Trump, garantiu que Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, dariam uma "resposta muito mais forte", em caso de uso dessas armas, do que em ocasiões anteriores.

Na sua entrevista, Erdogan respondeu que isso não basta.

"É crucial que os Estados Unidos, que se têm concentrado em ataques químicos, rejeitem a sua arbitrária hierarquia de morte. As armas convencionais são responsáveis por muito mais mortes", argumentou.

Uma arma chamada 'refugiados'

A Turquia acolhe 3,5 milhões de refugiados sírios que fugiram dos combates e teme uma nova vaga de deslocados sírios, oriunda daqueles que se estabeleceram em Idlib nos últimos anos ao fugir dos combates noutros pontos do país.

A Turquia serviu também de ponto de passagem para milhões de pessoas que entraram na Europa vindos da Ásia e de África, e só cortou esta rota depois de estabelecer um acordo financeiro com a União Europeia para os reter no seu território.

Esta segunda-feira, a ONU revelou que pelo menos 30.000 pessoas já abandonaram Idlib desde que Damasco, apoiada por aviões russos, começou os bombardeamentos das posições defensivas dos grupos armados em Idlib.

O organismo das Nações Unidas responsável pelo auxílio humanitário calcula que as operações militares em Idlib poderão levar à fuga de 800 mil pessoas.

Fonte: RTP

 

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