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Há um novo alerta de bolha especulativa no imobiliário em Portugal

10-08-2018 - N.A.

Depois dos avisos do Banco de Portugal e do FMI, é a vez do Instituto Alemão de Investigação Económica (DIW) alertar que se está neste momento a criar uma bolha especulativa nos preços do imobiliário em Portugal.

Um estudo, publicado na semana passada pelo Instituto Alemão de Investigação Económica (DIW), procura avaliar se, 10 anos após a declaração de falência do Lehman Brothers (considerado o momento fulcral para a crise provocada pelo rebentamento da bolha imobiliária nos Estados Unidos), se está novamente a assistir a uma subida dos preços dos imóveis capazes de vir a provocar desequilíbrios nos mercados.

Após os avisos do Banco de Portugal (BdP) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), é a vez do alerta deste instituto, cuja análise se baseou nos dados da OCDE para vários países industrializados e usa a   relação entre o valor das rendas e o preço dos imóveis   como indicador base para avaliar se existe, ou não, uma bolha especulativa.

Além disso, os economistas do DIW levam também em conta outros indicadores como o nível das taxas de juro, o crescimento da economia ou o crescimento da população, para os quais existem correlações históricas significativas com a ocorrência de bolhas especulativas imobiliárias.

No que diz respeito a Portugal, os autores identificam a criação de uma bolha especulativa, fenómeno que se   começou a sentir em 2016 e permaneceu no ano seguinte . Isto significa que se tem vindo a assistir a uma subida de preços dos ativos imobiliários que não é justificada por um aumento proporcional dos rendimentos que se poderia retirar das rendas.

Por outras palavras, explica o jornal  Público na edição de quarta-feira, se alguém está disposto a pagar preços mais elevados, está, então, a especular face a futuros aumentos de renda ou valor dos imóveis. Este cenário está a fazer-se sentir não só em Portugal como também nos Estados Unidos, na Alemanha, no Reino Unido ou na Suécia.

No estudo, Portugal surge entre os países em que as bolhas imobiliárias têm sido, nas últimas décadas, “ acontecimentos relativamente raros “. Além deste, o nosso país teve apenas outro período de formação de uma bolha especulativa entre 1998 e 2001.

O diário aponta que entre a anterior bolha especulativa e a bolha atualmente detetada, existem muitas diferenças   na forma como ambas foram criadas. Enquanto que no passado o aumento de preços resultou essencialmente de um aumento da procura relacionado com o acesso ao crédito para compra de habitação, agora esse fator explica apenas uma parte daquilo que está a acontecer.

A atual subida dos preços está relacionada com um aumento da procura por parte de investidores , quer nacionais quer internacionais, que procuram aproveitar o aumento exponencial do número de turistas a utilizarem o alojamento local, aponta o estudo alemão.

Além disso, as   políticas públicas   contribuíram também para aumentar a procura de imóveis. Exemplo disso é a entrega de vistos   gold   a estrangeiros que invistam no imobiliário ou a criação de um regime fiscal favorável para os residentes não-habituais.

É também devido a estes factores que as subidas de preços são mais fortes nos centros urbanos – em particular, Lisboa e Porto – e, mesmo dentro de uma cidade, em determinadas áreas que são mais atraentes para os investidores estrangeiros e mais adaptadas ao negócio do alojamento local.

 

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