Grécia: crianças refugiadas retidas em esquadras de polícia

11-08-2017 - Esquerda.net

Human Rights Watch enviou uma carta ao Ministro das migrações grego expressando preocupação pelo número "alarmante" de crianças refugiadas retidas em celas.

A carta foi enviada às autoridades gregas depois da HRW ter tido conhecimento, através do Centro Nacional de Segurança Social grego, que 117 crianças refugiadas, não acompanhadas da família estão sob a custódia da polícia em diversas esquadras gregas, enquanto aguardam transferência para centros de refugiados.

"O governo grego tem de tomar atitudes urgentes para reduzir o número de crianças, refugiadas, e que não se encontram acompanhadas, que se mantêm sob custódia policial", exige Eva Cossé, investigadora da Human Rights Watch.

Em novembro do ano passado havia apenas duas crianças sob alçada da polícia.

Hugh Williamson, diretor executivo da HRW para a Europa e Ásia assina a carta onde explica que tinha informações enviadas pelo sindicato de polícia grego “que crianças não acompanhadas são mantidas por semanas e, em alguns casos, meses em celas pequenas, superlotadas e sem higiene. Em alguns casos, foram mantidas em salas com adultos , o que aumenta o risco de abuso e violência sexual, para além de violar a lei internacional e nacional grega, que exige a separação de adultos de crianças em detenção”.

Na missiva, Williamson pede às autoridades gregas que de forma urgente as “disponibilizem um espaço adequado para as crianças não acompanhadas até conseguirem ter lugar nos campos de refugiados”. Exige-se ainda que a polícia pare de deter crianças não acompanhadas de forma automática e compulsiva e que faça uma “avaliação das necessidades de cada criança de acordo com a salvaguarda dos seus interesses”.

No final do documento a HRW pede ainda ao Governo grego para que este emende a legislação de forma a impedir a permanência de crianças sob custódia policial, que estabeleça um plano de acção com as autoridades internacionais para acabar com esta situação e, por último, que as crianças tenham acesso a tradutores, informação completa sobra a situação que estão a passar, ajuda legal e materiais educacionais.

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