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“Não sobrará nada do Alaska”. Deputado russo sugere um ataque nuclear preventivo

26-05-2023 - Armando Batista

O antigo general russo Andrey Gurulyov, agora deputado da Duma Estatal, levantou a possibilidade de Moscovo atacar o território que os EUA compraram ao governo russo em 1867.

Numa entrevista recente durante um programa de rádio com o jornalista Vladimir Solovyov, o deputado da Duma Estatal russa e general reformado  Andrey Gurulyov  sugeriu a possibilidade de um  ataque nuclear ao Alaska , em resposta ao que entende ser uma escalada contínua do Ocidente na Ucrânia.

Segundo a Newsweek, a entrevista centrou-se na Guerra na Ucrânia, focando-se em particular na recente incursão em Belgorod  de grupos anti-Kremlin, que Moscovo alega  ter eliminado.

No ponto em que a conversa abordou o apoio do Ocidente a Kiev, Gurulyov avançou  possíveis estratégias que Moscovo deveria seguir  para recuperar a iniciativa no seu conflito com o Ocidente.

Segundo o antigo general, a Rússia tem tido uma posição demasiado reativa em relação ao apoio crescente do Ocidente à Ucrânia, que, segundo notícias recentes, incluem o envio de armas como mísseis anti-tanque Javelin, sistemas de laçadores HIMARS, mísseis de longo alcance e caças F-16s de fabrico norte-americano.

Gurulyov argumenta que Moscovo deveria “ditar o tom” do conflito, e sugeriu o uso de  armas nucleares táticas contra centros de comando  e aeródromos para “paralisar” a Ucrânia, o que acredita que alteraria fundamentalmente a narrativa do conflito.

“Nessa altura, a conversa seria completamente diferente”, diz Gurulyov, que em abril defendeu que a Rússia deveria voltar aos tempos das repressões de Estaline.

Quando Solovyov abordou a  possibilidade de a Ucrânia atacar Moscovo  com armas nucleares, num ataque eventualmente apoiado pelos Estados Unidos, Gurulyov sustentou que a Rússia deveria visar diretamente território americano, lançando um  ataque preventivo .

O general reformado sugeriu então que o  Alaska , o território norte-americano mais próximo da Rússia,  poderia ser um potencial alvo .

Segundo Gurulyov, a Rússia poderia apontar todo o seu  potencial nuclear tático  para o Alaska, sem usar forças nucleares estratégicas — e não deixaria pedra sobre pedra no estado norte-americano.

Não sobrará nada do Alaska “, afirmou o antigo general.

“O Alaska É Nosso!”

Nos últimos anos, tem crescido entre os propagandistas e altos funcionários do Kremlin a ideia de que  Moscovo deveria reivindicar a soberania do Alaska . O território, separado da Rússia pelo Estreito de Behring, foi comprado pelos EUA em 1867, por 7.2 milhões de dólares — algo como mil milhões, 156 anos mais tarde.

Na altura,  a Rússia atravessava dificuldades financeiras  e tinha receio de perder o território no caso de um conflito com o Reino Unido, seu adversário na Guerra da Crimeia, pelo que preferiu vender o Alaska aos Estados Unidos, então visto como um rival menos ameaçador.

A transação foi inicialmente criticada por muitos norte-americanos, que a consideraram “ uma loucura ” — opinião que foi mudando à medida que foram sendo descobertos ouro, petróleo, gás natural e outros recursos minerais no inóspito território, oficialmente admitido como 49º Estado dos EUA em 1959.

Em julho de 2022, na sequência das severas sanções económicas impostas à Russia pela comunidade internacional após a invasão da Ucrânia, o presidente da câmara baixa do parlamento russo,  Vyacheslav Volodin , alertou os norte-americanos de que a Rússia “mantém uma reivindicação histórica” sobre o Alaska.

Nos dias seguintes, recorda  a Newsweek, foram avistados na cidade siberiana de Krasnoyarsk  outdoors  com a frase “ O Alaska É Nosso !”.

A Rússia tem reivindicado a soberania de territórios com base em razões históricas, como é o caso da Crimeia — que, reza a lenda, foi oferecida à Ucrânia em 1954 num acesso de loucura de Nikita Khrushchev — e da própria Ucrânia, que, disse Putin recentemente, “não existia antes da União Soviética“.

Naturalmente, o caso do Alaska é um pouco diferente. Há 7.2 milhões de razões históricas que sustentam a ideia de que o território é norte-americano.

Fonte: ZAP.pt

 

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