Galamba “é um leitmotiv para distrair os portugueses”
26-05-2023 - Zap
Luís Montenegro acusa António Costa e PS de “fanatismo político” e negação da realidade. Alberto João Jardim diz que com ele a Presidente já não havia governo socialista em Portugal.
No fim-de-semana, o antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva , tinha acusado o primeiro-ministro, António Costa , de perder autoridade, classificando a governação socialista como “desastrosa”.
Em resposta, o primeiro-ministro disse que o ex-Presidente da República queria alimentar “o frenesim” da direita e provocar uma crise política artificial.
Num contra-ataque ao contra-ataque, ontem, à entrada para um jantar no âmbito das Jornadas Parlamentares do PSD, no Funchal, Luís Montenegro acusou o primeiro-ministro e o Partido Socialista de reagirem ao discurso de Cavaco Silva com “fanatismo político” e negação da realidade .
Presente no encontro esteve também Alberto João Jardim . Em declarações à rádio Antena 1, o histórico do PSD também defendeu e subscreveu as palavras que Cavaco Silva dirigiu a António Costa.
“Eu não acho o discurso do professor Cavaco Silva arrasador. É a consciência de um homem que prestou grandes serviços ao país, que conhece bem o país, que tem experiência de governação e que disse aquilo que livremente ele entende e que muitos de nós entendemos”, considerou Alberto João Jardim.
O antigo presidente do Governo Regional da Madeira deixou ainda uma garantia: “se eu fosse Presidente da República e tivesse no lugar de Marcelo Rebelo de Sousa, já não havia um governo socialista em Portugal. Não teríamos chegado a este ponto “.
Quanto ao tema Galamba, João Jardim, foi direto: “não vou começar a falar de João Galamba, se não começo aqui a rir às gargalhadas. Isso é mais um leitmotiv para distrair os portugueses “.
O histórico social-democrata enalteceu ainda o trabalho que Luís Montenegro tem feito, enquanto líder da oposição: “De facto, já era tempo de alguém falar com voz grossa dentro do PSD. O Montenegro tem feito uma oposição seletiva , tocando nos assuntos principais”
Em declarações aos jornalistas Luís Montenegro lamenta que as dificuldades das famílias e a degradação das instituições não sejam artificiais.
“António Costa e todo o Partido Socialista estão a encarar este momento de uma forma muito fanática e num estado de negação absoluta . Não é artificial haver uma degradação das instituições e do Governo, não é nada artificial o aumento do custo de vida dos portugueses”, afirmou.
Luís Montenegro desafiou António Costa a pronunciar-se sobre “o conteúdo” da intervenção de um ex-primeiro-ministro e ex-Presidente da República que não anda na “refrega política”, nem intervém muitas vezes.
“Devia ser um sinal para o PS e o primeiro-ministro o ouvirem com mais atenção”, afirmou, dizendo não ter ouvido o primeiro-ministro dizer onde é que Cavaco Silva “errou no diagnóstico que fez de Portugal”.
Voltar |