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Atento aos riscos, Banco de Portugal pede à banca que ajude os clientes a pagar os créditos e que seja prudente

12-05-2023 - Isabel Vicente

Pressão inflacionista e subida das taxas de juro constituem, entre outros fatores, riscos para os bancos e os seus clientes. Banco de Portugal recomenda que bancos ajudem os clientes a pagar os créditos e que sejam prudentes.

A manutenção das pressões inflacionistas, a continuação da guerra na Ucrânia e a turbulência dos mercados devido aos problemas do Credit Suisse e dos bancos nos Estados Unidos da América (EUA) têm contribuído para um quadro de incerteza e vulnerabilidades diversas. E esta quarta-feira, na apresentação do mais recente relatório de estabilidade financeira, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, reforçou a ideia dos inúmeros desafios que se prendem ainda com a crise pandémica, e que acrescem a outros, como “a invasão injustificada” da Ucrânia por parte da Rússia.

Apesar dos riscos, a melhoria do enquadramento económico leva o Banco de Portugal a recomendar à banca que ajude os clientes a pagar os créditos, sobretudo o empréstimo à habitação, e que sejam prudentes na política de constituição de imparidades e conservação de capital.

“A estabilidade financeira é uma realidade, tem riscos, tem desafios mas estamos conscientes da necessidade de tudo fazer para mitigar os seus impactos”, referiu ainda Mário Centeno.

No relatório de estabilidade financeira do Banco de Portugal do corrente mês de maio, as chamadas de atenção são várias e entre elas está o facto de a política do Banco Central Europeu (BCE) ter prosseguido com "o ciclo de subidas de taxas de juro, apesar da recente desaceleração", tendo sinalizado a sua "capacidade para apoiar a liquidez ao setor bancário da área do euro, se necessário, e preservar a transmissão da política monetária".

Até agora os sistemas bancários, incluindo o português, têm apresentado rácios de liquidez fortes.

Mas Mário Centeno deixou um alerta: “aproveitar um momento de aparente alívio não é a solução”.

No documento do Banco de Portugal divulgado esta quarta-feira, os riscos e vulnerabilidades para a estabilidade do sistema financeiro são diversos.

O BdP aponta a "trajetória menos favorável para o rácio da dívida pública", e um "cenário económico potencialmente mais adverso, com menor crescimento económico e inflação mais persistente", a qual poderá motivar "uma reação mais intensa e duradoura das autoridades monetárias por via de taxas de juro mais elevadas".

Clara Raposo, vice-governadora do Banco de Portugal, dá nota de que os bancos estão mais sólidos e a economia está a dar uma boa resposta em termos de crescimento e de manutenção do emprego.

O "eventual incumprimento das famílias mais vulneráveis, devido à inflação elevada, à subida das taxas de juro de curto prazo e a um potencial agravamento da taxa de desemprego", é outro dos riscos.

O desemprego não gera por enquanto sinais de maior preocupação, mas a subida das taxas de juro é quase imediata. “A preponderância da taxa de juro variável no stock de empréstimos à habitação leva a que a subida das taxas de juro de curto prazo se traduza num aumento relativamente rápido e significativo dos encargos com a dívida”, diz o relatório.

Também o potencial incumprimento das empresas mais vulneráveis suscita preocupação. Embora o setor empresarial revele alguma resistência, pode haver aumentos dos casos de empresas que se revelem "vulneráveis" a esta conjuntura persistente de agravamento dos juros.

Por outro lado, a atenção deve recair também sobre a desaceleração dos preços no mercado imobiliário residencial em Portugal. O BdP destaca a hipótese de "o arrefecimento no mercado imobiliário residencial, com impacto sobre os preços e sobre o valor do colateral de créditos garantidos por imóveis", poder ter efeitos menos desejáveis.

Além disso, o BdP admite que a turbulência dos mercados financeiros, com várias crises de bancos na Suíça e nos EUA, possa ter efeitos de contágio entre os "ciclos financeiro e económico", já que uma aversão ao risco mais generalizada "teria impactos adversos sobre os custos de financiamento, a valorização dos ativos e a atividade económica".

É tendo em conta estes fatores que o Banco de Portugal diz esperar que "os bancos aproveitem a melhoria do contexto económico e financeiro para adequar as condições dos empréstimos à capacidade de pagamento dos clientes".

E também espera que os bancos "mantenham políticas prudentes de constituição de imparidades e de conservação de capital", para que seja possível "aumentar a sua capacidade de absorver perdas e de financiar a economia".

Fonte: Expresso.pt

 

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